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Até Logo Mais!

Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão?  ATÉ LOGO MAIS! Hoje, venho com o coração envolto em silêncio, não para dizer adeus, mas para anunciar uma pausa. No dia 09 deste mês, sigo viagem. Um percurso  necessário, conduzido pelo trabalho, mas igualmente orientado por algo maior — esses chamados que não podemos ignorar quando a vida nos sussurra com firmeza. Estarei ausente deste blog por algum tempo. Estimo que dois, talvez três meses. Mas não encarem esse intervalo como ausência — vejam-no como um recolhimento. Um tempo de escuta, de aprendizado, de entrega. Assim como a terra precisa do inverno para florescer na primavera, também as palavras precisam repousar, para depois renascer com mais Luz, ou trevas, vai saber. Convido vocês a revisitarem os textos que já foram deixados aqui — cada um deles é um pequeno altar, um respiro, uma possibilidade de reencontro com algo maior. Às vezes, o que foi escrito há tempos carrega agora uma resposta que antes não sabíamos ...

Resenha: Enquanto a Noite Não Chega

Livro: Enquanto a Noite Não Chega
Editora: L&PM Editora
Autor: Josué Guimarães

Sinopse:
Josué Guimarães (1921-1986) foi um dos mais importantes escritores gaúchos deste século. Romancista emérito, autor de clássicos como A ferro e fogo I (Tempo de solidão), A ferro e fogo II (Tempo de guerra), Camilo Mortágua e Os tambores silenciosos, escreveu também novelas, peças de teatro, livros infanto-juvenis e infantis. Em Enquanto a noite não chega, Josué Guimarães atinge momentos de surpreendente lirismo e suave poesia. É a história de uma cidade abandonada, onde os últimos moradores são um casal de velhinhos, Dom Eleutério e Dona Conceição, e um coveiro, Seu Teodoro, que mantém duas sepulturas abertas à espera de que os dois morram e ele possa ir embora para outra cidade. Mas então, acontece o inesperado...

Olá caros leitores e caríssimas leitoras, preparados para mais uma resenha literária. Venham comigo descobrir minhas impressões à respeito da obra.


O livro possui poucas páginas, é verdade, mas engana-se quem julga esse livro por seu pequeno tamanho. Não menosprezem-no, e não se arrependerão. É um cadinho de leveza para dias turbulentos em nossa sociedade atual.
Aqui temos um romance curto, quase uma novela, ou noveleta que conseguiu me emocionar e me transportar para sentimentos sublimes. O livro tem uma história tocante, com leves ecos de fantasia sobrenatural a embalar uma realidade agridoce, de uma cidade abandonada na qual os últimos moradores são um casal de velhinhos e um coveiro que mantém duas sepulturas abertas à espera de que os dois morram e ele possa ir embora para outro lugar. Nesse ambiente de desolada decrepitude, os velhinhos relembram o passado, em toda sua glória e pesar, e, já conformados há anos, se preparam para o único futuro possível, esperando reencontrar aqueles que amam. E é aí que o inesperado acontece. Que enredo fascinante.
Sempre com um clima intimista permeado de suave poesia, a obra surpreende o leitor (a) por não se apressar no ritmo, mantendo do começo ao fim a cadência certa para atingir os sentimentos mais delicados, envolvendo-nos de alma e coração na estória de seus personagens. Esses personagens, por sua vez, apesar de estarem à beira da morte, adquirem tal vivacidade na imaginação de quem lê que chegamos a ter empatia pelo casal de velhinhos como se eles fossem nossos próprios pais envelhecidos, nossos avós esquecidos ou, ao menos, aquelas pessoas que esperam abandonadas e sem esperança em algum asilo próximo de nós. E é exatamente por isso que esse livro, embora simples em trama e estrutura, consegue ser tão memorável, pois faz aquilo que é a função máxima da poesia: revelar realidades que não vemos, abrir os olhos dos sentimentos a vivências para as quais éramos cegos até então, possibilitando que nos coloquemos no lugar do outro, nas experiências do outro, sentindo as dores reais que, muitas vezes, preferimos esquecer ou fingir que não existem. Ou o pior ignorá-las, mantendo nossa indiferença fria o mais distante possível de tal realidade.
Aqui ao fazer da sutileza narrativa a mais poderosa arma para atingir a compadecida melancolia do leitor (a), Josué Guimarães demonstra uma habilidade literária segura de si mesma como poucas vezes se encontra em qualquer livro de qualquer época ou lugar. É um livro que impressiona por sua simplicidade única, mas que consegue envolver todo aquele que lê o livro. Finalizo por aqui, espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!




Comentários

  1. Ainda não conhecia a obra, mas adorei sua análise.
    Beijos!

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  2. Oi
    nunca li nada do autor, preciso criar vergonha na cara e ler, parece ser uma obra incrível, que bom que gostou e nós trouxe essa resenha.

    http://momentocrivelli.blogspot.com/

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    Respostas
    1. Oi, Denise! A obra é espetacular. Não deixe de realizar a leitura.

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