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Poema: Vacuidade

Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão?  Hoje é dia de poema por aqui. Vem conferir! Poema: Vacuidade No mundo da vacuidade eu me encontro. O vazio permeia cada canto do meu ser. A ausência de sentido me invade e confronto. Uma alma perdida sem nada a querer. Dentro dessa vastidão desprovida de luz. Sinto-me aprisionado numa existência sem brilho. A busca por propósito é uma luta árdua e confusa. Pois tudo ao meu redor se desfaz em restos de entulho. Quanto mais eu busco, mais vazio encontro. Pois a vacuidade é uma companheira constantemente presente. Nada preenche minha alma e meu desespero é um afronte. Perdido em um labirinto sem saída aparente. Vacuidade, cruel e desolada. Como posso escapar desse abismo sem fim? Sinto-me como um ator num palco sem plateia. Representando uma farsa vazia para mim. Mas no âmago desse vácuo, sutilmente. Percebo que a vacuidade é parte da jornada. É nela que encontro a oportunidade. De me redescobrir e criar minha própria estrada. Pois n

Resenha: Enquanto a Noite Não Chega

Livro: Enquanto a Noite Não Chega
Editora: L&PM Editora
Autor: Josué Guimarães

Sinopse:
Josué Guimarães (1921-1986) foi um dos mais importantes escritores gaúchos deste século. Romancista emérito, autor de clássicos como A ferro e fogo I (Tempo de solidão), A ferro e fogo II (Tempo de guerra), Camilo Mortágua e Os tambores silenciosos, escreveu também novelas, peças de teatro, livros infanto-juvenis e infantis. Em Enquanto a noite não chega, Josué Guimarães atinge momentos de surpreendente lirismo e suave poesia. É a história de uma cidade abandonada, onde os últimos moradores são um casal de velhinhos, Dom Eleutério e Dona Conceição, e um coveiro, Seu Teodoro, que mantém duas sepulturas abertas à espera de que os dois morram e ele possa ir embora para outra cidade. Mas então, acontece o inesperado...

Olá caros leitores e caríssimas leitoras, preparados para mais uma resenha literária. Venham comigo descobrir minhas impressões à respeito da obra.


O livro possui poucas páginas, é verdade, mas engana-se quem julga esse livro por seu pequeno tamanho. Não menosprezem-no, e não se arrependerão. É um cadinho de leveza para dias turbulentos em nossa sociedade atual.
Aqui temos um romance curto, quase uma novela, ou noveleta que conseguiu me emocionar e me transportar para sentimentos sublimes. O livro tem uma história tocante, com leves ecos de fantasia sobrenatural a embalar uma realidade agridoce, de uma cidade abandonada na qual os últimos moradores são um casal de velhinhos e um coveiro que mantém duas sepulturas abertas à espera de que os dois morram e ele possa ir embora para outro lugar. Nesse ambiente de desolada decrepitude, os velhinhos relembram o passado, em toda sua glória e pesar, e, já conformados há anos, se preparam para o único futuro possível, esperando reencontrar aqueles que amam. E é aí que o inesperado acontece. Que enredo fascinante.
Sempre com um clima intimista permeado de suave poesia, a obra surpreende o leitor (a) por não se apressar no ritmo, mantendo do começo ao fim a cadência certa para atingir os sentimentos mais delicados, envolvendo-nos de alma e coração na estória de seus personagens. Esses personagens, por sua vez, apesar de estarem à beira da morte, adquirem tal vivacidade na imaginação de quem lê que chegamos a ter empatia pelo casal de velhinhos como se eles fossem nossos próprios pais envelhecidos, nossos avós esquecidos ou, ao menos, aquelas pessoas que esperam abandonadas e sem esperança em algum asilo próximo de nós. E é exatamente por isso que esse livro, embora simples em trama e estrutura, consegue ser tão memorável, pois faz aquilo que é a função máxima da poesia: revelar realidades que não vemos, abrir os olhos dos sentimentos a vivências para as quais éramos cegos até então, possibilitando que nos coloquemos no lugar do outro, nas experiências do outro, sentindo as dores reais que, muitas vezes, preferimos esquecer ou fingir que não existem. Ou o pior ignorá-las, mantendo nossa indiferença fria o mais distante possível de tal realidade.
Aqui ao fazer da sutileza narrativa a mais poderosa arma para atingir a compadecida melancolia do leitor (a), Josué Guimarães demonstra uma habilidade literária segura de si mesma como poucas vezes se encontra em qualquer livro de qualquer época ou lugar. É um livro que impressiona por sua simplicidade única, mas que consegue envolver todo aquele que lê o livro. Finalizo por aqui, espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!




Comentários

  1. Ainda não conhecia a obra, mas adorei sua análise.
    Beijos!

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  2. Oi
    nunca li nada do autor, preciso criar vergonha na cara e ler, parece ser uma obra incrível, que bom que gostou e nós trouxe essa resenha.

    http://momentocrivelli.blogspot.com/

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    Respostas
    1. Oi, Denise! A obra é espetacular. Não deixe de realizar a leitura.

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