Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão? Hoje eu venho avisar-lhes por meio desta postagem que darei uma pausa com o blogue. Motivo é que estou focado no meu novo livro, que inclusive é a continuação de MUDANÇAS DE UM DESTINO. Para os leitores que já leram este livro sabem que o final da história há um gancho para continuação, sendo assim aqui estou eu para continua-lo. Quero agradecer à vocês leitores por todo apoio, incentivo e carinho com este que vos escreve. Só tenho agradecer vocês. Muito obrigado e até o ano seguinte, pois neste finzinho de 2024 não haverá mais postagens por aqui. Já de antemão desejo para vocês meus queridos e queridas leitoras boas festas, e que 2025 seja de muitas bênçãos para todos que me seguem, durante este tempo. E pra aguçar um pouquinho a curiosidade de vocês, deixarei a capa do livro para vocês darem uma espiadinha. Gostaram? É isso pessoal. Muito obrigado pelo carinho. Abraços! E até breve...
Livro: Vidas Secas
Editora: Record
Autor: Graciliano Ramos
Sinopse:
O que impulsiona os personagens é a seca, áspera e cruel, e paradoxalmente a ligação telúrica, afetiva, que expõe naqueles seres em retirada, à procura de meios de sobrevivência e um futuro. Apesar desse sentimento de transbordante solidariedade e compaixão com que a narrativa acompanha a miúda saga do vaqueiro Fabiano e sua gente, o autor contou: "Procurei auscultar a alma do ser rude e quase primitivo que mora na zona mais recuada do sertão... os meus personagens são quase selvagens.
Olá caros leitores e caríssimas leitoras, preparados para mais uma resenha literária. Venham comigo descobrir minhas impressões à respeito da obra.
“A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer”, afirmava Graciliano Ramos. Em "Vidas Secas", encontramos essa premissa levada ao máximo, gerando uma obra enxuta, seca, como as vidas, como o Sertão. As palavras são feitas para dizer, assim como a vida é feita para viver. Porém, o que é viver? Há vida em meio à seca?
Nesta obra, acompanhamos a vida de Fabiano, que, juntamente como a sua família, perambula pelo Sertão em busca de uma qualidade de vida melhor. A seca se reflete em sua alma e na vida de sua família; magros, com fome, com cansaço, com dor. Ao encontrarem um abrigo, a felicidade aparece, ou melhor, um entusiasmo momentâneo. Afinal, a felicidade parece já ter mudado para outras bandas, onde a chuva a rega.
Estabelecendo uma nova moradia, somos levados a conhecer um pouco mais do cotidiano dessa família: Fabiano, o bicho-homem, forte e decidido, querendo um pouco mais para os seus e cuidar dos bichos para ganhar dinheiro; Sinha Vitória, uma esposa respeitável, que sonha em ter uma cama confortável para repousar à noite; os dois filhos, o mais velho e o mais novo, com sua sede de conhecimento, com o medo das pancadas, com a dor de só ver morte ao redor; e Baleia, a cadela que derrete corações, sendo valorosa.
Através desses personagens, gente comum, sofrida, encontramos a vívida imagem da desigualdade social, da dor, da vida à margem, da seca que devora tudo e da enchente que tudo devora. A educação e a saúde são inexistentes; vemos também o governo e a polícia que só aparecem para agredir e cobrar impostos. Uma vida de cão, mas uma vida tão parecida com a de milhares de brasileiros.
Com uma linguagem simples, direta, ressequida como o chão que Fabiano pisa, Graciliano vai esfregando na face do leitor a realidade social do Brasil; o tom da obra é reflexivo, levando-nos a imaginar as dificuldades passadas e analisar o que mudou desde os anos 30 no Brasil. O olhar mais psicológico também é abordado, apresentando os dilemas dos protagonistas, as suas ansiedades e suas dores, sem deixar, é claro, de dar também o foco necessário no ambiente que cerca Fabiano e a sua família.
A tentativa de entender o mundo a sua volta, porém, não é apenas do leitor, mas também de Fabiano. Por muitas vezes ele se questiona porque o mundo é desta forma, repleta de gente explorada, agredida; repleta de morte e dor. Por que o governo, omisso, só aparece para comer-lhe as economias? Se ele cria o porco, cuida, alimenta, sustenta, não faz sentido, na hora da venda, der que perder parte do porco para as autoridades. É melhor não criar porco, essa é a conclusão do protagonista, já que o pouco que se tem, que se luta, é roubado.
A obra "Vidas Secas" é única porque, enquanto a literatura se ocupa da construção, seja do arco narrativo, seja dos personagens e da sua história, Graciliano Ramos se ocupa da desconstrução, do homem, da vida, da realidade. O mundo vai desabando lentamente, assim como a vida em sociedade. O único elemento que parece se construir, página a página, é a angústia da família.
Vidas Secas é uma obra densa em sua simplicidade. A escrita é leve, direta, fácil. Porém, quando se atenta aos detalhes, às entrelinhas, encontramos um dos livros mais importantes e reflexivos da literatura brasileira. Não é sem motivo que, através dessa obra, Graciliano tenha se imortalizado. O triste é perceber que, talvez, a sua análise seja sempre viva, pois a realidade degradante do Brasil também parece imortal.
Em resumo, "Vidas Secas" é uma obra simples, mas densa; de aparente facilidade, mas complexa nas entrelinhas; é uma análise social crível, forte. Esta é uma obra obrigatória para todo leitor brasileiro, não por se tratar de um clássico, mas por se tratar de nós, das nossas vidas secas e angústias. Recomendo. Finalizo por aqui, espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!
Editora: Record
Autor: Graciliano Ramos
Sinopse:
O que impulsiona os personagens é a seca, áspera e cruel, e paradoxalmente a ligação telúrica, afetiva, que expõe naqueles seres em retirada, à procura de meios de sobrevivência e um futuro. Apesar desse sentimento de transbordante solidariedade e compaixão com que a narrativa acompanha a miúda saga do vaqueiro Fabiano e sua gente, o autor contou: "Procurei auscultar a alma do ser rude e quase primitivo que mora na zona mais recuada do sertão... os meus personagens são quase selvagens.
Olá caros leitores e caríssimas leitoras, preparados para mais uma resenha literária. Venham comigo descobrir minhas impressões à respeito da obra.
“A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer”, afirmava Graciliano Ramos. Em "Vidas Secas", encontramos essa premissa levada ao máximo, gerando uma obra enxuta, seca, como as vidas, como o Sertão. As palavras são feitas para dizer, assim como a vida é feita para viver. Porém, o que é viver? Há vida em meio à seca?
Nesta obra, acompanhamos a vida de Fabiano, que, juntamente como a sua família, perambula pelo Sertão em busca de uma qualidade de vida melhor. A seca se reflete em sua alma e na vida de sua família; magros, com fome, com cansaço, com dor. Ao encontrarem um abrigo, a felicidade aparece, ou melhor, um entusiasmo momentâneo. Afinal, a felicidade parece já ter mudado para outras bandas, onde a chuva a rega.
Estabelecendo uma nova moradia, somos levados a conhecer um pouco mais do cotidiano dessa família: Fabiano, o bicho-homem, forte e decidido, querendo um pouco mais para os seus e cuidar dos bichos para ganhar dinheiro; Sinha Vitória, uma esposa respeitável, que sonha em ter uma cama confortável para repousar à noite; os dois filhos, o mais velho e o mais novo, com sua sede de conhecimento, com o medo das pancadas, com a dor de só ver morte ao redor; e Baleia, a cadela que derrete corações, sendo valorosa.
Através desses personagens, gente comum, sofrida, encontramos a vívida imagem da desigualdade social, da dor, da vida à margem, da seca que devora tudo e da enchente que tudo devora. A educação e a saúde são inexistentes; vemos também o governo e a polícia que só aparecem para agredir e cobrar impostos. Uma vida de cão, mas uma vida tão parecida com a de milhares de brasileiros.
Com uma linguagem simples, direta, ressequida como o chão que Fabiano pisa, Graciliano vai esfregando na face do leitor a realidade social do Brasil; o tom da obra é reflexivo, levando-nos a imaginar as dificuldades passadas e analisar o que mudou desde os anos 30 no Brasil. O olhar mais psicológico também é abordado, apresentando os dilemas dos protagonistas, as suas ansiedades e suas dores, sem deixar, é claro, de dar também o foco necessário no ambiente que cerca Fabiano e a sua família.
A tentativa de entender o mundo a sua volta, porém, não é apenas do leitor, mas também de Fabiano. Por muitas vezes ele se questiona porque o mundo é desta forma, repleta de gente explorada, agredida; repleta de morte e dor. Por que o governo, omisso, só aparece para comer-lhe as economias? Se ele cria o porco, cuida, alimenta, sustenta, não faz sentido, na hora da venda, der que perder parte do porco para as autoridades. É melhor não criar porco, essa é a conclusão do protagonista, já que o pouco que se tem, que se luta, é roubado.
A obra "Vidas Secas" é única porque, enquanto a literatura se ocupa da construção, seja do arco narrativo, seja dos personagens e da sua história, Graciliano Ramos se ocupa da desconstrução, do homem, da vida, da realidade. O mundo vai desabando lentamente, assim como a vida em sociedade. O único elemento que parece se construir, página a página, é a angústia da família.
Vidas Secas é uma obra densa em sua simplicidade. A escrita é leve, direta, fácil. Porém, quando se atenta aos detalhes, às entrelinhas, encontramos um dos livros mais importantes e reflexivos da literatura brasileira. Não é sem motivo que, através dessa obra, Graciliano tenha se imortalizado. O triste é perceber que, talvez, a sua análise seja sempre viva, pois a realidade degradante do Brasil também parece imortal.
Em resumo, "Vidas Secas" é uma obra simples, mas densa; de aparente facilidade, mas complexa nas entrelinhas; é uma análise social crível, forte. Esta é uma obra obrigatória para todo leitor brasileiro, não por se tratar de um clássico, mas por se tratar de nós, das nossas vidas secas e angústias. Recomendo. Finalizo por aqui, espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!
Vidas Secas é um dos meus livros preferidos da literatura nacional
ResponderExcluirBlog Entrelinhas
Oi, Felipe! É um dos melhores da nossa querida literatura brasileira.
ExcluirOlá...
ResponderExcluirAmei encontrar esse livro por aqui, por que ele é muuuuuito importante pra mim! Sabe, de certa forma, foi VIDAS SECAS que me colocou nesse mundo da leitura e foi também o primeiro livro que me fez chorar.... eu não aguentei ler sobre a morte de Baleia, dá vontade de chorar só de lembrar!
Enfim, me falta palavras pra falar sobre esse livro, mas, saiba que ele é muito, muito especial pra mim!
Bjo
http://coisasdediane.blogspot.com/
Oi, Diane! É um livro muito rico, e também bastante carregado de dramaticidade. A morte de baleia foi bastante chocante. Beijo!
ExcluirCom certeza uma daquelas leituras que tem que ser feita com calma e prestando atenção em toda mensagem que quer passar.
ResponderExcluirwww.vivendosentimentos.com.br
Oi, Monique! Sim, tens razão.
ExcluirOlá
ResponderExcluirUma excelente leitura da literatura nacional!
Beijinhos
Renata
Escuta Essa | Facebook | Twitter | Instagram
Oi, Renata! Com certeza. Beijos!
ExcluirCom certeza gostei da resenha. Inclusive isso me lembrou que preciso ler este clássico.
ResponderExcluirBeijos
Imersão Literária
Oi, Leyanne! Não deixe de o ler, certeza de que vais gostar da experiência. Beijos!
ExcluirOi Luciano, tudo bem?
ResponderExcluirEstudei sobre essa obra nas aulas de literatura e, apesar de não tê-la lido, sempre achei muito triste sua ambientação e a trama (afinal, quem não lembra da morte da Baleia?). Parece um daqueles livros que expõe com veracidade como é a realidade de um povo que ainda hoje sofre muito no Brasil.
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Oi, Pri! O livro narra em detalhes grande parte da realidade do sofrimento de um povo "esquecido". Beijos!
ExcluirOlá, Luciano.
ResponderExcluirEu fiquei curiosa com esse livro depois de ver ele sendo citado na novela da sete. Mas fico com medo de ler e achar chato. Não sou muito fã de clássicos porque era obrigada a ler na escola hehe.
Prefácio
Oi, Sil! Recomendo a leitura. O livro não é chato, se você o ler e não gostar, é porque você não gosta de ler clássicos. Mas o livro vale a leitura.
ResponderExcluirEu amo demais esse livro.
ResponderExcluirPrimeiro vi o filme com minha irmã e minha mãe, depois achei o livro em um sebo e o li, amo os dois. Meu coração ficou tão apertado em ambos, e espero que Baleia tenha acordado em um mundo cheio de preás.
Oi, Bruna! O livro é muito bom, o filme também, mas eu particularmente prefiro o livro.
ExcluirLi esse livro no meu ensino médio. É incrível a crítica social que o autor realiza.
ResponderExcluirO JJ está em Hiatus de verão de 17 de janeiro à 2 de março. Nesse período acompanharemos e comentaremos os blogs de vocês.
Jovem Jornalista
Instagram
Até mais, Emerson Garcia
Oi, Emerson! O livro é incrível mesmo. Tenha um bom hiatus de verão. Até mais!
ExcluirOlá Luciano,
ResponderExcluirGoto demais dos clássicos e esse é um dos meus favoritos, ainda não resenhei ele no blog, mas futuramente postarei uma resenha dele.
Abraço.
http://devoradordeletras.blogspot.com/
Oi, Marco! Eu também adoro ler livros clássicos. Leia-o e resenhe, pois o livro é excelente. Abraço!
ExcluirAAAH! Eu amo muito esse livro, do início ao fim, do fim ao início. Amo muito a forma como Graciliano escreve. Li uma vez no 8° ano do Ensino Fundamental e outro no 1° ano do Ensino Médio. Indico muito a leitura!
ResponderExcluirAbraços e obrigado pela dica!
Victor Wallace - Wall's Books
https://wallsbooks.blogspot.com/
O livro é maravilhoso. Abraço!
ExcluirSe eu gostei? Eu amei essa resenha! Como assim você leu? A quantidade de páginas me assusta um pouco, sempre tive receio de o ler por isso, mas uma hora ou outra vou ser obrigada a ler haha Eu amei sua análise, suas palavras foram direto no ponto, suas críticas, caramba, nem sei como dizer, mas espero que me entenda: Você conseguiu me impactar de verdade.
ResponderExcluirOi, Melissa! Fico feliz em saber que você gostou da resenha, espero que você o leia, pois o livro é maravilhoso. Abraço!
ExcluirUm dos meus livros preferidos da literatura brasileira. A primeira vez que tive contato com Graciliano foi ainda na escola. Lembro até hoje, e nesse exato momento encontro-me saudosista. Que delícia de escrita, que história!
ResponderExcluirObrigado por resenhar essa obra-prima do nosso pais que representa tão bem as vidas desafortunadas e tão icônicas do nosso nordeste.
Abraço!
Oi, Léo! Este clássico nacional é sem dúvida um dos melhores. O livro narra muito bem as vidas desafortunadas do povo nordestino. Abraço!
ExcluirQueria ter achado sua resenha na época do vestibular kkk. Ainda lerei esse livro. Na época eu tive que ver a aula mesmo, pois o cobrado era mais a ver com a análise do que com a história... Mas preciso tirar o atraso.
ResponderExcluirOi, Gaby! Leia-o, você irá gostar deste excelente clássico nacional. Abraço!
ExcluirJá li esse livro e foi bem na época do colégio, na verdade creio que foi um dos primeiros livros que li, incluindo Restos mortais, eu odiava esse livro só pela capa haha, mas quando li, tive que lê outra vez só para ter certeza e, sim eu gostei, esse vidas secas é um dos que amo, na verdade me via na paisagem, sabe como se eu tivesse lá, apenas olhando tudo acontecer de longe. Amoo
ResponderExcluirwww.mulhernovaera.com.br
Oi, Érica! Eu também gosto bastante de Vidas Secas, para mim é um dos melhores clássicos da literatura nacional. Abraço!
ExcluirLi o livro do Graciliano e vi o filme!
ResponderExcluirGostei muito.
Oi, é um livro maravilhoso. Que bom que gostou!
ExcluirThank you for nice information Please visit our website
ResponderExcluirUnimuda Sorong.......
Hi, thanks.
ExcluirVou aproveitar sua publicação e vou ler, sempre deixo para depois, mas esse depois é agora ou seja 2024. Bju
ResponderExcluirOi, Rô! Leia sim, certeza de que você irá amar a leitura. Beijo!
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