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Poema: Vacuidade

Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão?  Hoje é dia de poema por aqui. Vem conferir! Poema: Vacuidade No mundo da vacuidade eu me encontro. O vazio permeia cada canto do meu ser. A ausência de sentido me invade e confronto. Uma alma perdida sem nada a querer. Dentro dessa vastidão desprovida de luz. Sinto-me aprisionado numa existência sem brilho. A busca por propósito é uma luta árdua e confusa. Pois tudo ao meu redor se desfaz em restos de entulho. Quanto mais eu busco, mais vazio encontro. Pois a vacuidade é uma companheira constantemente presente. Nada preenche minha alma e meu desespero é um afronte. Perdido em um labirinto sem saída aparente. Vacuidade, cruel e desolada. Como posso escapar desse abismo sem fim? Sinto-me como um ator num palco sem plateia. Representando uma farsa vazia para mim. Mas no âmago desse vácuo, sutilmente. Percebo que a vacuidade é parte da jornada. É nela que encontro a oportunidade. De me redescobrir e criar minha própria estrada. Pois n

Resenha: A Guerra não tem rosto de Mulher

LIVRO: A Guerra não tem Rosto de Mulher

ANO DE LANÇAMENTO: 2016

AUTORA: Svetlana Aleksiévitch

EDITORA: Companhia das Letras

NÚMERO DE PÁGINAS: 392

CLASSIFICAÇÃO: ★★★★★





Sinopse:

A história das guerras costuma ser contada sob o ponto de vista masculino: soldados e generais, algozes e libertadores. Trata-se, porém, de um equívoco e de uma injustiça. Se em muitos conflitos as mulheres ficaram na retaguarda, em outros estiveram na linha de frente. 

É esse capítulo de bravura feminina que Svetlana Aleksiévitch reconstrói neste livro absolutamente apaixonante e forte. Quase um milhão de mulheres lutaram no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, mas a sua história nunca foi contada. Svetlana Alexiévitch deixa que as vozes dessas mulheres ressoem de forma angustiante e arrebatadora, em memórias que evocam frio, fome, violência sexual e a sombra onipresente da morte.





Olá caros leitores e caríssimas leitoras, preparados para mais uma resenha literária. Vamos conhecer!





Pense nos relatos de guerra, de que forma eles são feitos. Há a história de quem ganha, cheia de atos heroicos e grandiosidade. Há a de quem perde, essa talvez menos contada, provavelmente porque desperta vergonha, vulnerabilidade. Mas uma coisa que essas histórias têm em comum é a sua fonte: geralmente narradas por homens, construídas por eles. Em filmes, livros, séries, quando a guerra é o tema são os homens os personagens principais. As mulheres têm o papel de cuidar dos homens, ser suas enfermeiras, suas amantes, aquelas que seguram as pontas em casa e esperam pela sua volta. Mas há um papel que as mulheres tiveram na Segunda Guerra Mundial que, perto do tanto de histórias que temos de homens lutando, é praticamente esquecida. A história das mulheres que realmente combateram, pegaram em armas e estiveram no campo de batalha. Essa é a história que Svetlana Aleksiévitch quer contar. Quer saber o motivo de minha fascinação pela obra? Confira abaixo!

Em A guerra não tem Rosto de Mulher, a jornalista bielorrussa entrevista centenas de mulheres que combateram pelo exército soviético ou em grupos civis. São franco-atiradoras, tanquistas, médicas, enfermeiras, lavadeiras, pilotos, enfim, mulheres que lutaram em todas as frentes, que assumiram o posto dos homens e fizeram o trabalho tão bem (ou até melhor) do que eles. A motivação de Aleksiévitch, como ela diz na introdução, é mostrar como o relato das mulheres difere de dos homens. Ela quer mostrar uma guerra que não foi feita de heroísmo, que não teve, no final, vencedores ou perdedores. Ela quer uma guerra com sentimentos, com as dores e as (poucas) alegrias que o conflito guarda. É dar às mulheres a chance de contar o que elas nunca contaram.

No começo, Svetlana Aleksiévitch fala que a narrativa da guerra sempre pertenceu aos homens. Os heróis eram eles, logo a história era contada apenas por eles, desprezando, vamos assim dizer, o que as mulheres tinham a dizer, escondendo suas memórias. Porque as mulheres choram, gritam, sofrem, e não é esse o relato que um vencedor quer ouvir, não é isso o que as pessoas querem ler ou ver sobre a guerra – eles querem grandiosidade, feitos incríveis, vitória. Querem uma história que não contenha os sentimentos de dor, não querem mostrar como vidas foram transformadas pela batalha, não querem demonstrar fraqueza. Mas são esses os detalhes que as mulheres guardam na memória – aquilo que os homens deixam de fora elas lembram. Para as mulheres, sofrer é a história. Segundo Svetlana, na guerra mesmo não há heroísmo. Há morte e sobrevivência. O heroísmo seria uma invenção dos homens que querem dar sentido às mortes que causaram.

Partindo dessa premissa temos um livro primoroso, pois os acontecimentos aqui explicitados são de extrema importância para o leitor. E assim Aleksiévitch começa os relatos. O livro todo é dividido por temas, como o sofrimento, as cenas marcantes, o amor na guerra, o cotidiano do front, ser mulher no campo de batalha, a relação com os homens, a família que ficou em casa e espera pelo retorno da filha, as mulheres esperando pelos maridos, as mortes, a vitória, a vida do pós-guerra. Cada capítulo traz centenas de curtos relatos de mulheres que atuaram em diversas frentes, cada um contendo um pequeno horror que torna a leitura pesada, pois essas mulheres mostram como o absurdo estava constantemente presente em seus dias.

Por estarem tão vulneráveis o tempo todo é que muitas sentem dificuldade de falar sobre o que aconteceu. Em certo ponto, Aleksiévitch até conta sobre os problemas que teve em conseguir dessas soldados um relato honesto, pois elas ainda tinham medo ou vergonha do que tiveram que fazer. Se estavam na presença de seus companheiros, filhos ou amigos, a probabilidade de que elas amenizassem sua história era maior. Às vezes os próprios maridos desencorajavam as entrevistas, dizendo que elas deveriam falar de glória e vitória, porque eles derrotaram o inimigo e só isso importa. Mas era só elas ficarem sozinhas que o que realmente queriam contar emergia. Ademais é uma leitura prazerosa, muito embora angustiante, pois vemo-nos como se estivéssemos lá, e experienciado toda a situação que elas vivenciaram. Recomendadíssimo! Em resumo, A Guerra não tem Rosto de Mulher é um livro grandiosíssimo que nos faz refletir, sob o ponto de vista de as mulheres que tiveram essa triste experiência em sua existência no período da Segunda Guerra Mundial. Espero que tenham curtido a resenha. Até a próxima!



Comentários

  1. Oi Luciano,
    Uma história bem dramática, intensa e como você mesmo disse, deve ser angustiante!
    Gostei bastante da dica!

    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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    1. Oi, Alessandra! Sim é uma obra bastante tensa e angustiante, se você não estiver em um bom momento é aconselhável não ler. Que bom que gostou da dica, e se você estiver com o emocional em dia, leia-o. Abraço!

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  2. Gosto desse tipo de livro, pois como você falou, enriquecem muito o leitor.

    www.vivendosentimentos.com.br

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  3. Não conhecia a obra, e a leitura aparenta ser dura e intensa. Não sei se leria, mas fiquei curiosa.

    Bjs

    Imersão Literária

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    1. Oi, Leyanne! Svetlana é uma autora excelente. Espero que leia algum dia. Beijo!

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  4. Oi, Fabiano! Vou bem, e você? A obra é sim interessante. Eu também estou preocupado com a Sil, pois ela desapareceu e não postou regularmente como ela fazia. Espero que ela e sua família estejam bem. Abraço!

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  5. Olá, Luciano.
    Muita gente acredita mesmo que as mulheres ficavam em casa chorando esperando o marido voltar da guerra com vida. Eu como amante de livros que se passam na Segunda Guerra já vi cada coisa que até duvido hehe. E claro que me interessei por esse.

    Prefácio

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    1. Olá, Sil! Que bom que se interessou pela leitura deste livro. Que bom que você apareceu. Espero que você e sua família estejam bem. Abraço!

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  6. Oi Luciano, tudo bem?
    Achei incrível a proposta. As mulheres são invisibilizadas em vários sentidos, e esse é mais um deles. Também curti que mostre a parte podre da guerra, e não só o heroísmo falso que tentam nos vender. Um livro que faz isso muito bem é Nada de Novo no Front, recomendo!
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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    1. Oi, Pri. Vou bem, e você? Que bom que gostou, espero que você o leia. Obrigado pela dica de leitura. Beijo!

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  7. Oi, Luciano. Tudo bem?
    Eu já tinha visto esse livro pela internet e ele está na minha lista há bastante tempo. Acho muito interessante um livro que aborde o ponto de vista das mulheres na Segunda Guerra Mundial tanto as que foram para o campo de batalha quanto as que ficaram.

    Beijos, Vanessa
    Leia Pop

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    1. Oi, Vanessa. Vou bem, e você? Quando puder não deixe de conferir. Beijo!

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  8. Oi Luciano, tudo bem?

    Gosto muito de narrativas que tem a Segunda Guerra como pano de fundo e achei interessante a narrativa explorar o ponto de vista das mulheres desse período tão triste de nossa história. Afinal estamos acostumados a ver os heróis de guerra, mas tivemos muitas heroínas que foram esquecidas e apagadas.

    Lendo a sua resenha me pareceu uma história forte e com uma dose dramática bem forte. Se tiver oportunidade vou dar uma chance para obra.

    Beijos;***
    Ariane Gisele Reis | Blog My Dear Library.

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    1. Oi, Ariane! Vou bem, e você? Infelizmente as heroínas foram esquecidas em sua grande maioria. Se puder leia-o, você irá gostar da obra. Beijo!

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  9. Olá Luciano, tudo bem?

    Graças a sua resenha, tenho mais um livro na lista de desejados.
    Ver a guerra por essa perspectiva é muito interessante, principalmente para a gente tentar não entrar em mais uma.

    Estou curiosa para ler esse livro por mais sofrido que pareça ser, mas é preciso conhecer essa parte da história não é mesmo?

    Boas leituras,
    Apesar do Caos

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    1. Olá, Karen. Vou bem, e você Sim preciamos conhecer esta parte triste da história. Espero que você o leia, pois é uma obra maravilhosa, embora tensa. Abraço!

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  10. Oi, Luciano! :)
    Li este livro há alguns anos e me lembro do quanto ele me impactou. É muito forte como ele nos apresenta a resiliencia e a força da mulher em um ambiente em que ela costumam ser apagadas.
    Amei a sua resenha.

    Um beijo,
    Fernanda Rodrigues | contato@algumasobservacoes.com
    Algumas Observações
    Projeto Escrita Criativa

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    1. Oi, Fernanda! É uma leitura forte e impactante, não é mesmo! Que bom que gostou da resenha. Beijo!

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  11. Olá, Luciano

    Eu só não leria porque não gosto nem de ficção com foco em guerras, quanto mais um relato real. Não me faz bem de um modo geral, por isso prefiro evitar.
    Mas achei o foco da abordagem muito pertinente. As mulheres costumam ter sua fatia na história do mundo sempre ignoradas, altaradas e/ou diminuídas, então precisamos de livros/filmes /documentários assim!

    Beijos
    - Tami
    https://www.meuepilogo.com

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    1. Olá, Tamires! Eu entendo perfeitamente o seu argumento. Este livro aqui é maravilhoso, porém é uma leitura forte e impactante, sendo assim certamente você não se sentiria confortável com a leitura. Infelizmente altera-se a fatia importante das mulheres na história do mundo em várias áreas, inclusive a Segunda Guerra Mundial. Beijo!

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  12. Oi, Emerson! Que bom que se interessou por lê-lo. Boa semana!

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  13. Olá Luciano,
    Sensacional a ideia do livro. Esse é o tipo de livro que quero investir mais esse ano, com mulheres sendo destacadas e valorizadas.

    Beijo!
    www.amorpelaspaginas.com

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    1. Oi. Rayanne! Quando puder leia-o, você irá gostar da obra. Beijo!

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  14. Eu gosto bastante de livros que se passam na II Guerra, mas esse eu ainda não conhecia. Gostei bastante da forma como ele escancara as coisas e como fala que as mulheres não eram as princesinhas frágeis, pelo contrário, foram para a guerra e lutaram com afinco e bravura. Amei e já quero ler.
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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  15. Oi Luciano, tudo bem?
    Eu já vi muitos elogios para essa autora. Acho que essa é a primeira resenha, se não me falha a memória, que eu leio sobre uma obra dela. É impressionante como ainda existem milhares de histórias sobre as guerras que ainda não conhecemos. Nunca li nada sobre a atuação das mulheres nos conflitos. E fiquei pasma como esses maridos tentaram impedir suas esposas de contar sobre o que elas passaram. Como é diferente a visão que alguns homens, como esses, por exemplo, têm da guerra. Dica mais do que anotada. Sua resenha ficou ótima!!!
    beijinhos.
    cila.
    https://cantinhoparaleitura.blogspot.com/

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    1. Oi, Cila! Vou bem, e você? Quando puder leia-o, certamente você gostará da obra. Que bom que gostou da resenha. Beijo!

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