A Notável Diferença!

Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão? Hoje é dia de texto para refletir por aqui. Vem conferir!

A NOTÁVEL DIFERENÇA 

O processo de contemplar e escutar, após o simples ato de olhar e ouvir, torna-se, de fato, a chave para a observação e interpretação de nossa encarnação ou, em termos mais simples, da vida que atualmente vivenciamos. Não há como evoluir e crescer se nos limitamos apenas a olhar e ouvir.

Vejo com os olhos, mas VER com a mente. Ouço com os ouvidos, e ESCUTO com a mente. O ser humano que se entrega ao fanatismo, crente em demasia, limita-se a olhar e ouvir, incapaz de perceber a notável diferença que se estabelece entre olhar e VER, assim como entre ouvir e ESCUTAR.

A verdadeira visão se dá através da Essência, ou Alma, se assim preferir. O olhar se restringe ao superficial, focando em marcas, automóveis, acessórios e até mesmo, em última instância, paisagens.

A visão, por outro lado, contempla o comportamento humano, a postura, a inteligência, a evolução ética e a sabedoria de cada indivíduo.

Percebe-se o caminho que nos é adequado, enquanto se observa o que nos é sugerido.

Identifica-se, assim, uma atitude, um gesto, permitindo distinguir, por exemplo, a diferença entre um necessitado e um pedinte profissional.

Aquele que é treinado apenas olha. O SER HUMANO em processo de evolução, por sua vez, VÊ.

A discrepância entre OLHAR e VER é análoga à que existe entre ouvir e escutar.

Ouve-se uma melodia, escuta-se uma canção, uma composição.

Observar um comportamento é diferente de simplesmente olhar para uma vestimenta, uma marca.

Quando se contempla a paisagem pela nossa janela, que inclui um poste, fios e pássaros, pode-se considerar isso como normal. No entanto, é possível enxergar muito além disso... Jarbas Agnelli, em sua obra BIRDS ON THE WIRES, ilustra com maestria a diferença entre apenas olhar e VER. Ele soube interpretar...

Ao folhear um jornal pela manhã, seus olhos se detiveram nos fios de eletricidade e, de repente, deparou-se com UMA IMAGEM de pássaros pousados nos fios, e VIU uma partitura. Aqueles pássaros, ali estacionados, transformaram-se nas suas notas musicais, originando uma maravilhosa composição. Não sei se Jarbas tem consciência do que fez nesta vida, mas, com certeza, em sua existência anterior, ele já sabia.

Tudo se resume a um registro mental que se perpetua. Nossa intuição sempre nos revela isso. A maioria esmagadora das pessoas, ao folhear um jornal, observa uma fotografia de postes, fios e pássaros. JARBAS, por outro lado, vislumbrou uma pauta musical. A maior parte da humanidade vive em um estado automático e adestrado, sem se preocupar em compreender o que são e por que são. Seguem adiante, acreditando que desfrutam de uma única vida humana. Simplesmente despertam, escovam os dentes, alimentam-se, trabalham, fazem sexo e aguardam que o momento se manifeste. Em outras palavras: seguem alguém.

Acumular bens materiais é, na maior parte das vezes, o objetivo buscado. A riqueza da evolução interior, por sua vez, permanece relegada ao esquecimento. Assim, adoecemos com facilidade, pois não sabemos cuidar de nós mesmos. Não compreendemos que somos o resultado de nossas palavras, ações e causas pretéritas. A Vida é o Efeito da Causa gerada por nossas palavras e atitudes.

O que prevalece é a escolha entre esta ou aquela grife. Ter a marca ou o modelo de carro desejado é o que, supostamente, faz a diferença. Movidos por interesses materiais, acreditamos que possuímos conhecimento. Existe um vasto caminho a ser percorrido entre compreender uma vida e saber — e aceitar — a imensa diferença que se estabelece entre religião, espiritualidade e filosofia de vida. Para mim, este é o verdadeiro processo de crescimento na condição humana.

Refletindo sobre como eu olhava, sem ver, e não interpretava nesta vida atual! Como eu era incapaz de discernir corretamente a diferença que existe entre saber ver — e interpretar — e simplesmente olhar.

Ainda não alcancei o destino que almejo, mas já consigo ESCUTAR mais do que meramente ouvir. VER mais do que simplesmente olhar. Confesso que a caminhada é árdua, pois requer uma dose substancial de observação, concentração, estudo e prática. Mas, onde encontramos o germinar desse novo processo que nos permite entender e interpretar o que se olha e se ouve? É isso leitores! Até a próxima postagem!