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Resenha: Mulheres

LIVRO: MULHERES ANO DE LANÇAMENTO:  1998 AUTOR: EDUARDO GALEANO EDITORA: L&PM NÚMERO DE PÁGINAS: 176 CLASSIFICAÇÃO: ☆☆☆☆☆ Sinopse: Galeano tornou-se internacionalmente famoso com o livro Veias Abertas da América Latina, um verdadeiro clássico de denúncia da opressão e exploração da América Latina. Neste livro, temos uma magnífica prova da fascinante prosa de Galeano. Numa seleção de textos do próprio autor encontramos aqui textos que são uma verdadeira homenagem às mulheres – célebres e anônimas – da America Latina. Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão?  Hoje é dia de resenha por aqui. Vamos conhecer a obra! No livro MULHERES, o escritor uruguaio Eduardo Galeano recuperou a biografia de várias personagens históricas cuja importância a perspectiva masculina reduziu, deturpou ou simplesmente ignorou. Particularmente gosto de imaginar como teria sido escrita a história da humanidade se mulher e homem fossem apenas potências complementares. A oposição estabelecida desd

Resenha: Os Assassinatos Na Rua Morgue

LIVRO: ASSASSINATOS NA RUA MORGUE

ANO DE LANÇAMENTO: 2013

AUTOR:  EDGAR ALLAN POE 

EDITORA: ARTE & LETRA

NÚMERO DE PÁGINAS: 75

CLASSIFICAÇÃO: ☆☆☆☆☆



Sinopse: Auguste Dupin investiga a morte cruel de uma velha senhora e de sua filha, únicas moradoras de um prédio na Rua Morgue. 



Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão?  Hoje é dia de resenha por aqui. Vamos conhecer a obra!



No ano de 2017 a Darkside Books lançou uma nova coleção batizada de MEDO CLÁSSICO, e o primeiro volume foi uma luxuosa coletânea com textos de Edgar Allan Poe (1809-1849). O livro fez com que o autor norte-americano fosse descoberto por novos leitores e muitos deles se surpreenderam ao saber que Poe, além de ter sido um mestre dos contos de horror, também foi um dos precursores das histórias policiais. Por isso, a partir de hoje e nas próximas duas resenhas, vou resenhar os três contos (ASSASSINATOS NA RUA MORGUE, de 1841, O MISTÉRIO DE MARIE ROGÊT, de 1842, e A CARTA ROUBADA, de 1844) protagonizados pelo genial personagem C. Auguste Dupin, que foi uma das inspirações para detetives famosos como Sherlock Holmes e Hercule Poirot. Eu não tenho a edição da Darkside (que contém a “Trilogia Dupin”) e, por isso, vou me basear em outras coletâneas de Poe que fazem parte da minha coleção. É curioso que ASSASSINATOS NA RUA MORGUE seja considerada uma das primeiras “histórias de detetive”, pelo simples fato de que nela não há um detetive solucionando crimes. Mas a influência dela nos contos e romances policiais que surgiram depois é inegável.

C. Auguste Dupin, o protagonista de Edgar Allan Poe, não é um detetive ou policial; ele é o herdeiro de uma família francesa muito tradicional, mas que acabou falida. Suas habilidades de análise e de observação são incomparáveis, e ele gosta de solucionar mistérios principalmente para poder exibi-las. Como tantos outros gênios (reais ou fictícios), Dupin pode ser considerado excêntrico em alguns gostos e comportamentos. Já deu pra perceber o quanto ele tem em comum com Sherlock Holmes, né? As semelhanças não param por aí: se as aventuras de Holmes tem como narrador seu amigo Watson, as histórias de Dupin são contadas por um personagem sem nome, que dividira uma casa com ele em Paris durante alguns meses. Mas agora voltemos ao conto.

O conto começa com uma longa explicação do narrador sobre as características de uma mente analítica. É meio chato, mas, se você for persistente, não vai se arrepender. Essa introdução serve para que o leitor “se prepare” para C. Auguste Dupin e entenda melhor seus raciocínios. As habilidades do francês são tão impressionantes que, numa dada situação, ele parece ler a mente do amigo e adivinha o que ele estava pensando – apenas analisando os gestos do narrador e combinando-os a eventos e conversas recentes! Os assassinatos que dão título ao conto são as mortes brutais da Madame L’Espanaye e de sua filha Camille. Elas foram assassinadas num dos quartos da casa delas e a cena do crime é aterradora: o cômodo está extremante bagunçado e nele se encontram, entre outras coisas, uma navalha suja de sangue e uma bolsa cheia de ouro; o corpo da mãe foi decapitado e jogado pela janela; o corpo da filha estava muito machucado e foi enfiado, de ponta cabeça, no espaço estreito da chaminé.

Os vizinhos que ouviram os gritos das vítimas, escutaram também outras duas vozes: uma falava em francês e, a outra, um idioma indecifrável. Os vizinhos invadiram a casa e não encontraram ninguém. O assassino já tinha deixado o quarto, que estava com as portas e janelas trancadas por dentro. A polícia acaba prendendo uma das testemunhas, mas Dupin está convencido que o verdadeiro assassino ainda não foi descoberto. Por isso, mesmo sem ser um detetive, ele consegue uma autorização para visitar a cena do crime e inicia sua própria investigação. Além de sua capacidade de observação, C. Auguste Dupin parte da ideia de que se é evidente que um fato impossível aconteceu, ele simplesmente não era impossível. Eu não posso contar muito pra não dar spoilers, mas me refiro à fuga do criminoso do aposento trancado por dentro. A polícia não liga muito para isso e prende a pessoa que pareceria ter um motivo para cometer o crime. Dupin, por outro lado, praticamente despreza o motivo dos assassinatos e procura entender como ele se deu: depois de agir, o criminoso saiu, de alguma forma, de um quarto trancado por dentro. É por aí que o francês inicia sua análise. Um ponto curioso é que neste conto Edgar Allan Poe abre mão de qualquer possibilidade sobrenatural. C. Auguste Dupin e seu amigo chegam inclusive a conversar sobre como nenhum dos dois acredita em espíritos. Em ASSASSINATOS NA RUA MORGUE  o único horror existente é o do mundo material. Poe expõe de forma brilhante a linha de raciocínio do protagonista e só “trapaceia” um pouco com o leitor ao apresentar no final algumas pistas que Dupin já conhecia, mas que não tinham aparecido anteriormente no texto. A solução do crime é surpreendente, embora, num primeiro momento possa parecer um pouco exagerada. Mas a escrita de Poe e a construção do texto são tão intrigantes que o leitor acaba convencido. No fim das contas, o culpado pelo crime é menos importante para o autor do que o processo percorrido por Dupin até encontrá-lo. Se você tem interesse por histórias policiais, precisa ler esse conto e saber como tudo começou. É isso pessoal. Espero que tenham curtido a resenha. Até a próxima!




Comentários

  1. Olá, eu sou fã de livros de suspense investigativos, acabei de ler um contemporâneo muito bom, mas esse que você comentou tem outro nível, não conhecia, foi uma excelente descoberta, vou pesquisar aqui em Portugal. Aguado os próximos contos.

    Gostei muito do seu espaço, estou de volta ao blog depois de um tempo parada, fico feliz que pessoas como você ainda estão por aqui, isso me motiva mais ainda.

    Abraço
    www.blogdalanne.pt

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    1. Olá! Particularmente gosto bastante de livros de investigação. Que bom que meu espaço tenha lhe agradado. A motivação é a condutora motriz para as realizações da vida, sem ela não se faz nada. Abraço!

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  2. Não conhecia, mas vou levar sugestão!

    Beijos e Abraços,

    BLOG | Instagram

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  3. Não conhecia esse livro, Luciano!
    Gostei que é um conto curtinho e uma boa para se aventurar, curti a dica!

    Abraço,
    Pâm - www.interruptedreamer.com

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    1. Sim Pâmela. É curtinho dá para ler rapidamente. Que bom que curtiu a dica. Abraço!

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  4. Oi, Lu!
    Li este conto há muito tempo, durante a minha graduação.
    É interessante como os textos mais antigos se alongam nas descrições. Que falta fazia ter as imagens na palma das mãos.

    Um beijo,
    Fernanda Rodrigues | contato@algumasobservacoes.com
    Algumas Observações
    Projeto Escrita Criativa

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    1. Oi, Fernanda! Sim em geral os textos antigos possuem essa característica de serem bastante longos na descrição. Um beijo!

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  5. Oi Luciano, todo bem? Eu já li esse conto e acho que lembro do final. Fiquei com vontade de ler de novo pra prestar mais atenção aos detalhes que geralmente fogem da gente na primeira leitura ávida para saber o desfecho.

    Até breve;
    Helaina (Escritora || Blogueira)
    https://hipercriativa.blogspot.com (Livros, filmes e séries)
    https://universo-invisivel.blogspot.com (Contos, crônicas e afins)

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    1. Oi, Helaina! Estou bem, obrigado. Este aqui agradou-me por completo. É um conto excelente. Releia-o, certamente você entenderá os detalhes da obra. Abraço!

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