Resenha: O Bazar dos Sonhos Ruins

LIVRO: O BAZAR DOS SONHOS RUINS

ANO DE LANÇAMENTO: 2017

AUTOR:  Stephen King

EDITORA: Suma de Letras 

NÚMERO DE PÁGINAS: 527

CLASSIFICAÇÃO: ★★★★

Sinopse: "Mestre das histórias curtas, o que Stephen King oferece neste livro é uma coleção generosa de contos – muitos deles inéditos no Brasil. E, antes de cada história, o autor faz pequenos comentários autobiográficos, revelando quando, onde, por que e como veio a escrever (ou reescrever) cada uma delas.

Temas eletrizantes interligam os contos; moralidade, vida após a morte, culpa, os erros que consertaríamos se pudéssemos voltar no tempo... Muitos deles são protagonizados por personagens no fim da vida, relembrando seus crimes e pecados. Outros falam de pessoas descobrindo superpoderes – como o colunista, em “Obituários”, que consegue matar pessoas ao escrever sobre suas mortes; ou o velho juiz em “A duna”, que ainda criança descobre uma pequena ilha onde nomes surgem misteriosamente na areia – nome de pessoas que logo morrem em acidentes bizarros. Em “Moralidade”, King narra a vida de um casal que vai se despedaçando quando os dois mergulham no que, a princípio, parece um vantajoso pacto com o Diabo.

Olá caros leitores e caríssimas leitoras, preparados para mais uma resenha literária. Vamos Conhecer

Para os que me acompanham por aqui, sabem que, particularmente adoro livros de contos. Apresento à vocês O Bazar dos Sonhos Ruins que é uma antologia de contos escrita pelo mestre do terror; uma obra com trabalhos de variados níveis, mas com uma média entre muito boa e excelente. Entretanto, por ser uma obra de contos, não será possível falar de todos os textos. Por isso, preferi focar no enredo do primeiro – aliás, este foi o que mais agradou – e dar um parecer sobre a obra completa.

Na primeira narrativa, Milha 81, conhecemos o jovem Pete Simmons, um garoto que quer ser aceito no grupo de amigos de seu irmão, composto por pessoas mais velhas. Para conseguir isso, ele pretende ter uma grande aventura para mostrar seu valor. Visando à inserção, começa a desbravar lugares próximos a sua casa. Desta forma, acaba encontrando um caminho para a Milha 81. Por lá, apesar dele nem imaginar, viverá uma verdadeira aventura. Neste conto, também conhecemos a família Lussier, pessoas boas e amáveis. Aliás, talvez essas características, mesmo que ideais, sejam o grande problema, pois foram elas que os colocaram em uma situação quase inimaginável. Por causa da vontade de ajudar o próximo, ao chegar à milha 81, eles precisarão superar o impensável, ou morrer tentando. O que vai acontecer? Você precisará ler para descobrir. No referido trabalho, encontramos uma espécie de homenagem ao livro Christine, clássico do King. Temos um carro, mistério e a narração típica do autor: detalhada, de dar medo. Apesar de não ser um conto totalmente original, visto que possui a mesma ideia de um de seus livros, o desfecho ganhou-me. King mostrou mais uma vez sua engenhosidade para brincar com o inimaginável; aliás, característica que fez dele o autor memorável que é. Esse elemento, inclusive, aparece em praticamente todos os trabalhos do livro: Stephen é o autor dos bons finais. Alguns ousados; outros nem tanto. Contudo, por narrar de uma forma fora do comum, detalhada, inteligente, seus desfechos mostram-se superiores aos dos demais escritores de terror. Além disso, Stephen mostra, mais uma vez, como também é mestre em criar bons personagens. Não importa se ele tem quarenta ou quatrocentas páginas, seus protagonistas são profundos e bem trabalhados. Ele constrói tramas psicológicas como ninguém. Quem escreve ou já tentou escrever sabe que compor um conto é muito mais difícil do que escrever um romance. Existe muito a ser contado em poucas páginas; Stephen, porém, mostra-se tão bom na prosa curta quanto na longa. Temos aqui, na verdade, uma aula sobre como escrever contos. Por serem de variados tipos e com influências diversas, detectamos muitos estilos e muitas maneiras de se compor boas histórias; é claro que algumas não funcionam tão bem. Ainda assim, até seus erros demonstram mais qualidade do que muitos acertos por aí. Sem dúvidas, esse livro é uma excelente opção para quem gosta de um bom terror e para quem curte narrativas bem trabalhadas. Se esse é o seu caso,  mergulhe nessa obra. Esteja, porém, avisado: você não irá dormir à noite. 

Em resumo, O BAZAR DOS SONHOS RUINS é uma ótima pedida para quem curte contos de terror. 

Espero que tenham curtido a resenha. Até a próxima!