Resenha: Dilacerada

LIVRO: Dilacerada

ANO DE LANÇAMENTO: 2018

AUTORA: Helô Delgado

EDITORA: Coerência

NÚMERO DE PÁGINAS: 254

CLASSIFICAÇÃO: ★★★★

 

Sinopse:

O que você faria se alguém do seu passado voltasse para a sua vida e você tivesse que enfrentar seus traumas?

Uma família peculiar. Uma mãe rigorosa. Um romance.

Aos 27 anos, Vivian é uma adulta marcada por seu passado e leva uma vida reservada. Não confia em quase ninguém e acredita ser incapaz de amar. Quando menos espera, depara-se com uma situação delicada, a qual evita por vários anos: a necessidade de buscar ajuda profissional para falar sobre seu passado, seus sentimentos e enfrentar seus conflitos mais profundos. 

Olá caros leitores e caríssimas leitoras, preparados para mais uma resenha literária. Venham comigo descobrir minhas impressões à respeito da obra.

O livro narra a história de Vivian que na primeira fase do livro se encontra na adolescência morando com sua mãe, que possui um comportamento muito rígido, e de superproteção, e sua irmã Val, uma criança muito especial, onde moram juntas em um bairro afastado da cidade. No entanto em um belo dia Vivian conhece um garoto misterioso, já que ele não mora nas redondezas de seu bairro, e desconhece tudo sobre sua vida pessoal, sabe apenas seu nome. Contudo depois de alguns encontros e desencontros com esse garoto, ambos acabam se aproximando fazendo com que essa amizade se torne algo mais forte, construindo um vínculo de paixão. Entretanto quando sua mãe descobre sobre essa relação que se sucede às escondidas não fica nada satisfeita, e toma uma atitude totalmente precipitada com o intuito de separá-los, para que esse relacionamento não volte mais a acontecer. Porém como nossas vidas são repletas de incertezas, de encontros e desencontros, Vivian não poderia imaginar que tudo a sua volta estava prestes a mudar, e que as escolhas de sua mãe poderia lhe ocasionar tanto sofrimento. E que este seria um momento que lhe atravessaria ao ponto de determinar suas futuras escolhas, lhe proporcionando uma nova perspectiva, fazendo com que se rebelasse mediante a essa desgraça. 

Partindo dessa premissa Helô cria um enredo bastante real e envolvente. O livro é narrado em primeira pessoa, e mostra várias fases da vida de Vivian, e suas seções de terapia, trazendo uma história de amor árdua que me possibilitou muitas surpresas durante toda a narrativa.

Esta obra trata-se de um romance dramático muito bem construído. Digo isso pelo fato de que a história se trata de temas muito delicados como relação familiar conturbada, doenças, mentiras, amor entre outros assuntos, que nos foi apresentado durante as várias passagens da vida de a personagem, desde a sua adolescência, até chegar na fase atual, de maneira muito bem desenvolvida, sem deixar nenhum ponto solto. Outro ponto é que a autora vai e volta no tempo quando a personagem está em sua sessão de terapia, e não me senti confuso em nenhum dos momentos. Talvez seja pelo fato de que Delgado possui uma escrita linear, de fácil compreensão que faz com que as páginas passam sem nem perceber. Um ponto muito interessante dessa obra é que Delgado soube me prender durante todo o desenrolar da trama, e também me surpreendeu em vários momentos, me fazendo questionar em como não pude pensar nessa hipótese. Com sua escrita fluida e dinâmica Helô envolve por completo o leitor, tormando a leitura tão agradável que, quando termina-se o livro o leitor quer mais.

Para você ter ideia eu terminei a leitura desse livro em um dia, lembro de terminar a leitura procurar avidamente por mais páginas. Enfim os personagens são reais, e consegui me prender muito a Vivian, que aliás foi minha personagem favorita no livro, e também em relação a sua irmã, e aos personagens secundários que também tiveram seu cunho de importância na trama. Agora em relação ao personagem pelo qual Vivian se apaixona confesso que teve momentos que o odiei, mas talvez isso tenha sido proposital, porém depois de descobrir todo o motivo de ter agido dessa forma, confesso que me senti mais conformado. Até pelo olhar inocente que ele possuía sobre as situações da vida, e só pôde compreender toda a proporção do que havia feito depois quando houve as consequências de seus atos impensados.

Outro ponto positivo neste livro que preciso mencionar é o quanto a obra é tocante. Durante a leitura o leitor experiencia várias sensações durante a narrativa.

Principalmente no final que teve um desfecho aterrador e muito bem merecido para a protagonista. Apreciei a forma como a autora trouxe o profissional de psicologia, desestigmatizando a procura desse profissional apenas para pessoas com algum transtorno. Mas como uma relação de vínculo terapêutico, a busca pela autonomia, o apoio para que o cliente\paciente possa reconstruir e ressignificar sua história como Vivian fez. A única falha desta obra ao meu ver foram alguns exageros contidos em relação ao drama existente na narrativa. Este certo "exagero dramático" pode desagradar alguns leitores. Ademais é um livro maravilhoso. Recomendo! Em resumo,  Dilacerada é um livro que mexe com as emoções do leitor de forma agradável, com um enredo bem desenvolvido e uma trama bem trabalhada. Finalizo por aqui, espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!