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Até Logo Mais!

Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão?  ATÉ LOGO MAIS! Hoje, venho com o coração envolto em silêncio, não para dizer adeus, mas para anunciar uma pausa. No dia 09 deste mês, sigo viagem. Um percurso  necessário, conduzido pelo trabalho, mas igualmente orientado por algo maior — esses chamados que não podemos ignorar quando a vida nos sussurra com firmeza. Estarei ausente deste blog por algum tempo. Estimo que dois, talvez três meses. Mas não encarem esse intervalo como ausência — vejam-no como um recolhimento. Um tempo de escuta, de aprendizado, de entrega. Assim como a terra precisa do inverno para florescer na primavera, também as palavras precisam repousar, para depois renascer com mais Luz, ou trevas, vai saber. Convido vocês a revisitarem os textos que já foram deixados aqui — cada um deles é um pequeno altar, um respiro, uma possibilidade de reencontro com algo maior. Às vezes, o que foi escrito há tempos carrega agora uma resposta que antes não sabíamos ...

A Ilusão do Próximo Passo

Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão?  Hoje é dia de reflexão por aqui! Vem conferir!



A Ilusão do Próximo Passo. Por alguém que ainda procura (como todos nós).



Nada do que se manifesta neste palco de aparências nos entrega aquilo que esperamos com tanta fome. E talvez esteja aí a cilada silenciosa da existência: acreditamos que o mundo visível é capaz de nos redimir. Trocamos o essencial pelo tangível. Depositamos promessas em vitrines, em toques, em relações, em troféus compráveis. E então esperamos, ingênuos, que cada objeto, cada instante maquiado, cada conquista vazia nos devolva o que nem sabíamos ter perdido.

Vivemos como quem caminha num labirinto com olhos vendados, achando que a próxima esquina revelará o tal sentido. Mas é tudo encenação. Um teatro raso de vendedor que, com palavras doces, nos vende ilusões bem embaladas: um cartão dourado, um gole envelhecido, um corpo passageiro — tudo isso nos é entregue como se trouxesse dentro o mapa da felicidade. Mas o pacote vem sempre vazio.

Passei a vida acreditando que a próxima coisa me salvaria. O emprego certo, o amor ideal, a viagem sonhada — Paris, por exemplo. Estive lá, e foi maravilhoso. Estou pensando em voltar. Mas já entendi que Paris também mente com poesia. Ela nos faz crer que o mundo é justo, que o belo basta, que o voo não tem queda. E então, quando a névoa se desfaz, a cidade nos devolve à verdade: nenhuma paisagem preenche o que é ausência de sentido.

Acreditei que, ao acumular certezas, a vida encontraria seu eixo. Mas o jogo é outro: ganha-se, perde-se, e no fim, permanece-se com o mesmo buraco onde antes havia esperança. Apenas com mais tralhas, mais faturas, mais silêncios disfarçados em risos.

As pessoas buscam. Sempre buscam. Algumas chamam de amor, outras de realização, outras apenas de alívio. Mas o que, afinal, se espera de tudo isso? Quando as respostas vêm — e às vezes vêm — são pequenas, cortantes, amargas. São como repetições de algo que nunca foi inteiro. Reflexos sem origem, sombras que dançam nas paredes do quarto quando a luz falha.

E então, resta seguir. Porque parar é um luxo que o vazio não permite. E seguimos, mesmo sem saber o que procuramos. Procurar já é tudo o que sabemos fazer.

O mundo? Ele não se curva aos nossos desejos. Gira, frio e fiel à sua indiferença. E essa, sim, é a dor que ninguém nos ensina a carregar: a de entender que o universo não deve nada a ninguém. A única promessa que ele cumpre é a de continuar — com ou sem nós. E isso, talvez, seja o que mais nos aflige: não sermos necessários. É isso! Até a próxima! 

Comentários

  1. De uma profundidade sem tamanho. Adorei a reflexão!

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

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  2. Oi, como vai?
    Sempre profundo em suas reflexões e também muito certeiro. Estamos sempre buscando algo, nos esquecemos que também estamos em processo de aprendizagem. O universo não nos espera, tem seu próprio tempo e muitas vezes parece ter pressa.
    Belíssimo texto.

    Abraço,
    Parágrafo Cult ❤

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    Respostas
    1. Oi, Larissa! Estou bem! Que bom que o texto tenha lhe agradado. Abraço!

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  3. Uma bela e necessária reflexão.

    Arthur Claro
    http://www.arthur-claro.blogspot.com/

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  4. Oi Luciano, tudo bem?
    Muito profunda, complexa e bem vinda sua reflexão. Realmente a vida é um eterno buscar, e pode-se tornar uma tortura quando parece que nunca chegaremos a descobrir o sentido de tudo isso. Minha decisão foi depositar fé na existência de um Deus cuidando de todos nós, mas mantenho a ciência de que seguirei acreditando sem provas da existência Dele. No começo isso parece estranho e desconfortável, mas tenho encontrado a cada dia um conforto que o mundo nunca foi capaz de me oferecer, então tem valido à pena.

    Até breve;
    Helaina (Escritora || Blogueira)
    https://hipercriativa.blogspot.com (Livros, filmes e séries)
    https://universo-invisivel.blogspot.com (Contos, crônicas e afins)

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    Respostas
    1. Oi, Helaina! Estou bem! O que você escreveu toca fundo — há na mensagem uma coragem silenciosa, daquelas que não fazem alarde, mas sustentam mundos interiores. Escolher crer sem exigir provas é caminhar sobre a tênue linha da fé madura: não aquela fé ingênua ou automática, mas uma fé que já dialogou longamente com a razão, que já conheceu o ceticismo e, ainda assim, decidiu permanecer. Há algo de sagrado em encontrar alento no invisível, no que escapa aos olhos e se esconde entre os véus do que não se explica. Chamam isso de mistério da fé — e de fato é. Eu, confesso, não carrego em mim essa fé quase cega. Talvez nunca a tenha, talvez nunca me encontre com ela. Mas admiro, e muito, quem a possui com essa serenidade firme que você demonstra. Fico feliz por saber que você encontrou esse abrigo na crença do Deus Católico. Há beleza nisso também. Abraço!

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