LIVRO: UMBRAL DAS TREVAS
ANO DE LANÇAMENTO: 2016
AUTOR: ALEX VILLECHAIZE
EDITORA: AMAZON
NÚMERO DE PÁGINAS: 124
CLASSIFICAÇÃO: ☆☆☆☆☆
Sinopse: Umbral das Trevas é para ser lido como se assiste a um filme. Ou como se estivesse numa galeria de quadros desconhecidos, mas familiares. Há cor e luz, sabores e odores. Um segredo que não quer ser revelado. Há eternidade e brevidade. Há um tonitruante zumbido de insetos invisíveis. Há também a vertigem do silêncio. São 7 short stories (ou contos) com influências surrealistas que se passam em algum lugar muito próximo, mais próximo do que se desejaria, e que se entrelaçam para contar uma história que só pode ser onde não é, que só se revela quando ninguém olha e cujo espírito repousa nos murmúrios do mar antes do amanhecer.
Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão? Hoje é dia de resenha por aqui! Vem conferir!
Para aqueles que se debruçam sobre as páginas deste blog, é sabido que nutro uma predileção especial pela leitura de contos. Este aqui tem leitura desafiante, UMBRAL DAS TREVAS reúne sete narrativas cuja classificação em um gênero literário específico se revela uma tarefa árdua. Em suas duzentas e vinte e quatro páginas, somos conduzidos por situações banais do cotidiano e eventos deveras improváveis, num amálgama de fantasia e horror. Contudo, nada é apresentado de maneira explícita. Os personagens habitam tramas que transcendem a mera aparência, e sempre há algo mais a ser desvelado nas sutilezas do texto.
Como um admirador confesso das narrativas curtas, imergi nas profundezas de UMBRAL DAS TREVAS e, em breve, percebi a necessidade de desacelerar meu ritmo. O autor elegeu uma linguagem elaborada e intricada, que evocou em mim reminiscências da literatura acadêmica brasileira, convertendo a leitura da obra em um genuíno exercício de concentração. Apenas assim conseguimos apreender os significados subjacentes a cada uma das histórias. Essa escolha revela-se audaciosa em tempos nos quais a linguagem se apresenta veloz e as narrativas são de fácil digestão. Por outro lado, alguns contos, ao final da leitura, soaram completamente desprovidos de sentido (neste ponto, questionei-me se realmente careciam de lógica ou se sua complexidade superava minha capacidade interpretativa).
Destaco, em especial, o conto que empresta nome à coletânea, UMBRAL DAS TREVAS. Em minha modesta opinião, esta se revela a narrativa mais bem elaborada e de impacto visual marcante. Isso mesmo, visual. Trata-se de uma daquelas histórias de caráter quase cinematográfico, nas quais não apenas lemos, mas nos sentimos transportados para o âmago da trama, visualizando nitidamente os eventos que se desenrolam. Os demais contos flutuam em uma oscilação de qualidade (algo comum em coletâneas), contudo, todos compartilham dessa linguagem densa que, a meu ver, pode configurar-se como o calcanhar de Aquiles da obra.
UMBRAL DAS TREVAS é amplamente recomendado para os aficionados por uma literatura brasileira de viés mais tradicional, comprometida com frases meticulosamente elaboradas e reflexivamente construídas, destituídas da simplicidade e da rapidez que caracterizam os novos tempos. É um livro que pode surpreender precisamente por não se conformar a esse fluxo.
Deixo aqui minha sugestão: leiam mais livros de autores e autoras nacionais, e lembrem-se de que existem maravilhosas obras nacionais escondidas que merecem serem lidas. É isso leitores! Até a próxima postagem!
obrigado!
ResponderExcluirEu que agradeço!
ExcluirOi Luciano, tudo bem?
ResponderExcluirGosto muito de livros de contos pra conhecer novos autores. E achei bem bacana que a linguagem seja mais elaborada, isso está em falta.
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Não sou fá de contos, mas essa leitura até parece interessante!
ResponderExcluirBjxxx,
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