Resenha: Tolerância

LIVRO: Tolerância
ANO DE LANÇAMENTO: 2017
AUTOR:  Roger-Dol Proit
EDITORA: Contexto
NÚMERO DE PÁGINAS: 96
CLASSIFICAÇÃO: ★★★★★




Sinopse:
Em pleno século XXI, ainda existe preconceito e intolerância contra negros, mulheres, homossexuais, imigrantes, migrantes, idosos e, também, contra aqueles com convicções políticas e práticas religiosas diferentes das nossas. Muitos ainda confundem tolerar uma opinião contrária à sua com concordar com ela ou abrir mão de seus princípios. Este livro mostra que tolerância não significa fraqueza, e muito menos aceitar e relativizar a violência, o racismo, a homofobia... Obra indispensável para quem deseja um mundo mais tolerante e, portanto, melhor para se viver e conviver.



Olá caros leitores e caríssimas leitoras, preparados para mais uma resenha literária. Venham comigo descobrir minhas impressões à respeito da obra



Estamos em 2017, século XXI; entretanto, ainda não somos maduros o suficiente para sermos tolerantes. Nós, no plural. Vez ou outra, mesmo quando mantemos a mente aberta, temos atitudes que vão contra à tolerância. Essa falta de respeito com os ideais e crenças do próximo é encontrada no âmbito familiar, na faculdade, no trabalho, nas religiões. Onde há pessoas diferentes, há também o olhar torto, o sentimento de superioridade. Há, porém, como superar isso?
De acordo com Roger-Pol Droit, filósofo francês, para alcançarmos um verdadeiro padrão de tolerância, antes de tudo, devemos entender o que ela é, onde surgiu e como praticá-la. Afinal, ser tolerante não é apenas uma qualidade, mas uma atitude, um ato de respeito ao próximo, um caminho que devemos trilhar dia após dia.
Para que o leitor entenda o que é verdadeiramente a tolerância, Droit a divide em alguns níveis. Ele mostra como podemos parecer tolerantes, sem verdadeiramente ser. Quando achamos que o outro está errado, que “sua verdade” é inconveniente, mas ainda assim, deixamos, como se tivéssemos esse verdadeiro poder de decidir, ele estar nos mesmos ambientes do que nós, porém silenciado, temos um caso de tolerância fraca. É basicamente o que encontramos nos discursos de: “Não sou preconceituoso, mas...”.
Por outro lado, temos também a tolerância forte; nesse estágio, Droit mostra que conseguimos compreender que cada pessoa tem a sua verdade, que cada um tem seus modos de viver e entendemos que, se isso não traz males à sociedade, não há motivos para nos incomodarmos. Fazer com que todos, ao redor, pensem de forma similar à nossa é, no mínimo, um fanatismo louco.
O autor também mostra, de modo muito interessante, a relação entre a religião e as atitudes intolerantes. Ele ressalta que não há religião extremista e nem fanática, mas que há seguidores que valem dos dogmas para perpetuar preconceitos, aumentar muros e reafirmar atitudes que esmagam minorias. Negros, a comunidade LGBT, as religiões de matrizes africanas: todos já sentiram na pele o ódio que seguidores desvirtuados de religiões dominantes podem incitar.
O mais interessante dessa obra é que, apesar de tratar de um tema complexo, tem uma construção com uma linguagem fácil e altamente acessível. Desenvolvido em forma de diálogo, o livro pode ser lido por adolescentes ou adultos. Isso faz com a mensagem de igualdade e de respeito seja ainda mais forte e mais penetrante nas diversas camadas da sociedade.
Em resumo "Tolerância" é uma obra de fácil leitura, mas que traz bastante conteúdo. Mesmo não sendo a leitura mais completa sobre o assunto, é excelente para introduzir leitores ao tema. Finalizo por aqui, espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!