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Poema: Vacuidade

Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão?  Hoje é dia de poema por aqui. Vem conferir! Poema: Vacuidade No mundo da vacuidade eu me encontro. O vazio permeia cada canto do meu ser. A ausência de sentido me invade e confronto. Uma alma perdida sem nada a querer. Dentro dessa vastidão desprovida de luz. Sinto-me aprisionado numa existência sem brilho. A busca por propósito é uma luta árdua e confusa. Pois tudo ao meu redor se desfaz em restos de entulho. Quanto mais eu busco, mais vazio encontro. Pois a vacuidade é uma companheira constantemente presente. Nada preenche minha alma e meu desespero é um afronte. Perdido em um labirinto sem saída aparente. Vacuidade, cruel e desolada. Como posso escapar desse abismo sem fim? Sinto-me como um ator num palco sem plateia. Representando uma farsa vazia para mim. Mas no âmago desse vácuo, sutilmente. Percebo que a vacuidade é parte da jornada. É nela que encontro a oportunidade. De me redescobrir e criar minha própria estrada. Pois n

Resenha: Se Um Viajante Numa Noite de Inverno

Livro: Se Um Viajante Numa Noite de Inverno
Editora: Companhia das Letras
Autor: Italo Calvino

Sinopse:
Romance em que Calvino une as preocupações da vanguarda literária à fluência de um bom romance tradicional, fazendo ao mesmo tempo metalinguaem e narrando histórias de amor, suspense, erotismo, guerra, etc.

Nesse romance, Calvino consegue uma proeza notável: unir o prazer voraz da leitura às tortuosas questões da vanguarda literária. No centro de sua preocupação está um tema que os teóricos chamam de "crise da representação", ou seja, no mundo capitalista contemporâneo, dividido, múltiplo, alienado, não teriam mais lugar os romances tradicionais, com princípio, meio e fim, que constroem personagens e organizam o mundo, dando um sentido às coisas. O leitor de hoje estaria condenado ou à leitura espinhosa de obras que se debruçam sobre si mesmas e procuram desesperadamente uma saída para a literatura, ou à superficialidade descartável das obras de simples entretenimento. Calvino "socorre" esse leitor que é inquieto e exigente mas que gostaria que os autores escrevessem livros "como uma macieira faz maçãs". Para isso, faz do próprio leitor seu personagem principal, cuja grande missão é ler romances. E tal como você, leitor(a), ele entra numa livraria e compra este livro: Se um viajante numa noite de inverno. É aí que começa a história.


Olá queridos leitores e leitoras, preparados para mais uma resenha literária. Venham comigo descobrir minhas impressões à respeito da obra.


Para todo leitor (a) que se preza tem uma obrigação: não pode morrer antes de ler “Se um viajante numa noite de inverno”, de Italo Calvino. Não foi por acaso que Carlos Fuentes disse que Calvino foi o “Romancista dos Romancistas” e dedicou um capítulo do livro “Geografia do Romance” ao escritor que nasceu em Cuba e foi para a Itália logo depois. Primeiramente ao ler “As Cidades Invisíveis” achei equivocadamente que a obra era o máximo de Italo Calvino. Mas depois deste “Se um viajante...” vi que a engenhosidade literária do autor – usando a própria literatura como matéria-prima – não tinha limites. Não só o engenho como o domínio da técnica: Calvino brinca com a escrita, joga em toda posição e vai amarrando o leitor (a) até o fim do livro. Só então a gente mata a charada e entende que “Se um viajante numa noite de inverno” é obra-prima da inteligência, da técnica e do bom humor. Para o amante de um livro de qualidade inquestionável a boa literatura é título obrigatório. Recomendo demais! Essa obra é mais que perfeita.

Italo Calvino foi, sem dúvida, um dos escritores mais importantes do século XX. Tenho para mim que, se nas últimas décadas existiu um autor de ficção destinado a se tornar clássico absoluto pelos séculos vindouros, desses a serem estudados a fundo e a nunca mais serem esquecidos em razão de suas inventividades construtivas e genialidades acima de qualquer parâmetro, esse autor certamente é Italo Calvino. A criatividade admirável em lidar com as formas literárias de maneiras cada vez mais inusitadas, produzindo livros a um só tempo genuinamente pessoais e essencialmente experimentais, mas sem nunca deixar que esse experimentalismo prejudique a qualidade quer da escrita, quer da trama, quer do prazer de se ler um bom romance, fazem de Italo Calvino um tesouro único da literatura mundial. A perceptível sinceridade de suas palavras (coisa rara entre os pós-modernos!), a naturalidade com que ele brinca com os recursos narrativos e a paixão pela escrita que transparece em cada um de seus parágrafos são elementos que, por si só, já colocariam o autor entre os "must read" de qualquer leitor (a). Somando a tudo isso um conhecimento fora do comum da literatura, tanto do seu tempo quanto dos antepassados, e uma consciência ainda maior sobre os limites e objetivos dessa arte no mundo contemporâneo – o que faz dele um artesão das palavras que alia vanguardismo de alto nível com a pura e simples alegria da leitura –, temos um autor que é mais do que obrigatório: é um deleite a cada página.

Embora "Se Um Viajante" não seja seu melhor livro (este privilégio permanece com o imbatível "Cidades Invisíveis", que é um dos melhores livros já escritos em qualquer tempo ou lugar e que com toda certeza está entre os cinco livros mais importantes da minha existência até aqui), essa divertida maluquice metalinguística que tem o Leitor (a) – isso mesmo, o próprio leitor (a) – como personagem principal em um labirinto de livros e estórias mirabolantes é algo a não ser perdido. É ler pra crer! Finalizo por aqui, espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!








Comentários

  1. Oi Luciano, eu pensei que a sinopse fosse uma resenha, de tão longa =O
    Mas então, resenha maravilhosa, mas este tipo de livro não me ganha :(

    Beijos Mila

    Daily of Books Mila

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    1. Oi, Camila! Esse é um dos melhores livros que eu já li. Se leres irá gostar da experiência única que é essa leitura. Beijo!

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  2. Olá, Luciano.
    Apesar dos tantos elogios, não é uma obra que me desperte o interesse. Creio que vou ficar bem perdida na leitura, coisa que já aconteceu só de ler a sinopse hehe.

    Prefácio

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  3. Que livro diferente, tenho certeza que não li nada igual até agora. Sua resenha está tão linda... Essa com certeza é uma das melhores do blog *-*

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    1. Oi, Melissa! Que bom que você gostou. Aconselho-te a ler o livro, pois é maravilhoso.

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  4. Oi
    eu já vi comentarem do autor, mas nunca li nada, então foi bom ler sua resenha para ter uma noção da história do autor.

    http://momentocrivelli.blogspot.com/

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  5. Muito de falou sobre o auge que seria o final da obra, e simplesmente não entendi! Rs

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    1. O livro é maravilhoso, quando o ler irá entender perfeitamente. Se eu escrevesse sobre o como seria o auge no final, daria spoiler gratuitamente. Abraço!

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