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Poema: Olhos

Olá, caros leitores e caríssimas leitoras!  Como estão? Hoje é dia de poema por aqui. Vamos conferir! Poema: Olhos Nos olhos se desvenda o universo.  Janelas da alma, fonte de emoção. Espelhos d'almas, razão de nosso verso. Repletos de mistérios, fogo e paixão. Olhos, abismo profundo e intenso. Revelam segredos, dizem a verdade. Expressando sentimentos com fluência. Cativando corações com fidelidade. No brilho dos olhos encontramos o amor. Intensidade pura, que nada pode esconder. É neles que se traduz a dor e amor. Refletindo as histórias de um ser. Olhos brilhantes, vivos e encantados. Expressam magia ao mero olhar. Criam conexões, laços apaixonados. Conduzem o desejo a se consumar. São janelas que captam o mundo lá fora. Absorvendo a beleza e o esplendor. Transmitem as cores da aurora. E o brilho das estrelas em seu fulgor. Nos olhos encontramos até mesmo a paz. A serenidade de um lago tranquilo. Um oásis em meio ao caos voraz. E que nossa alma encontra abrigo. Olhos que enfeita

Resenha: O Cortiço

Livro: O Cortiço
Editora: Ática
Autor: Aluísio Azevedo


Sinopse:
Aluísio Azevedo retrata as péssimas condições de vida dos moradores dos cortiços cariocas neste romance estrelado por dois imigrantes portugueses. A linguagem rebuscada do autor naturalista do século XIX é traduzida para os dias de hoje por meio das notas comentadas de Fátima Mesquita.


Olá caro leitores e caríssimas leitoras, hoje eu trago para vocês a resenha do livro "O Cortiço". Venham comigo descobrir minhas impressões à respeito da obra.

Ao iniciar a leitura do livro de um escritor clássico da literatura nacional, nota-se que já tivemos grandes nomes que fazem parte do seleto grupo de escritores das antigas e que os caras eram fora de série. O livro que trago a vocês hoje é nada mais, nada menos que ''O Cortiço'' de Aluísio Azevedo. Para quem não sabe, eu adoro ler livros clássicos, tanto nacionais quanto estrangeiros. Agora, vamos a análise da obra. Começarei, como de costume, falando dos personagens da obra.

Falando sobre os personagens da obra:

João Romão é um típico taverneiro português, ele é dono da pedreira e também do cortiço, sendo ele o capitalista explorador da história. Miranda é um comerciante também de origem portuguesa, ele é o principal opositor de João Romão. Miranda mora em um sobrado aburguesado bem ao lado do cortiço. Piedade, uma mulher que é casada com Jerônimo. Bertoleza, esta é uma escrava cafuza que mora com João Romão, e ela trabalha para ele. Firmo é um mulato capoeirista que se envolve em um caso com Rita Baiana, mulata provocante e também sensual, é ela que promove os pagodes no cortiço. Existem outros personagens secundários para preencher o enredo que é muito rico. Dentre os personagens, o que eu mais gostei foi Rita Baiana, mulher sedutora e atraente, típica figura de mulher brasileira, gostosa com suas curvas e beleza que só a mulher nacional possui.

Falando sobre a leitura do livro:

Nesse clássico nacional a história se passa no século XIX, onde o Brasil ainda passava por um período de escravidão, muito sofrimento e incertezas sobre o futuro. João Romão — personagem principal — acaba de adquirir uma venda e toca um comércio com sua amante Bertoleza, que na época seria o mesmo que esposa ou mulher, como queiram nos dias atuais. Bertoleza era uma escrava fugitiva de seu real dono por direito. A história tem diversos outros acontecimentos que antecedem o colapso de crise na vila onde vivem os personagens. Imaginem só a situação do século XIX!

Em oposição a João Romão aparece Miranda, um comerciante bem estabelecido que logo cria uma disputa acirrada com o taverneiro por um pedaço de terra que ele desejava comprar para aumentar o seu quintal. Não havendo consenso, há o rompimento provisório de relações cordiais entre os dois. João Romão fica com inveja de Miranda que possui condição social mais elevada, logo trabalha ardorosamente e passa por privações para enriquecer mais que Miranda. No entanto, um fato muda a perspectiva do dono do cortiço. Quando Miranda recebe o título de Barão, João Romão logo entende que não basta ganhar dinheiro, é necessário também ostentar uma posição social reconhecida, adquirir roupas finas, frequentar ambientes requisitados, ir ao teatro, ler romances, ou seja, participar ativamente da vida burguesa. Paralelamente no cortiço estão os moradores de menor condição financeira, como por exemplo Rita Baiana, Jerônimo e Firmo.

Nota-se claramente que o romance mostra a má influência do meio sobre o homem. Jerônimo que possui uma vida exemplar, até cai nas graças da mulata Rita Baiana, dá-se uma transformação no português trabalhador, que então muda os seus hábitos. O cortiço todo também muda, perdendo o caráter desorganizado e miserável para se transformar na Vila João Romão.

Existem outros acontecimentos marcantes nesse romance clássico que o leitor somente saberá quando ler o livro. O que eu posso dizer é que a leitura é prazerosa por demais, é impressionante a capacidade intelectual dos escritores clássicos, não que hoje em dia não haja escritores talentosos, porém em relação a esses antigos, a genialidade era diferente, até por se tratar de outra época. Eu simplesmente sou fascinado por eles.

Meu quote favorito:

''A chuva engrossava. Ele agora, assim debaixo daquele bate-bate sem tréguas, parecia muito menor, minguava como se estivesse ao fogo. Lembrava um rato roendo o pau. Um ligeiro tremor convulsivo era ainda apenas o que ainda lhe denunciava um resto de vida. Os outros três não diziam palavras, arfavam, a bater sempre, tomados de uma irresistível vertigem de pisar bem a cacete aquela trouxa de carne mole e ensanguentada, que grunhia frouxamente a seus pés.''

Finalização:

A capa e a diagramação do livro me agradaram bastante, mesmo sendo em folhas brancas, o que não agrada a alguns leitores, a mim não me incomodou em nada, sendo estas impecáveis. A escrita do autor é sofisticadíssima. Nessa edição a editora fez um excelente trabalho não havendo erros ortográficos. A fonte tem tamanho legível, um trabalho muito competente da editora.

Algumas pessoas simplesmente não gostam de clássicos talvez pelo trauma de suas épocas de colégio, quando eram obrigadas a lerem escritores clássicos, alguns dizem que a linguagem e escrita são difíceis. Para mim não é problema, torna-se um imenso prazer lê-los. A dica que dou é, leiam mais clássicos galera! Se a nossa literatura atual é o que é, dá-se o mérito a eles — os clássicos — que iniciaram tudo naquela época. Podemos notar claramente nesta obra literária grandiosa, temas importantíssimos como crimes, miséria, dilemas sociais, adultério, entre outros.
Todo brasileiro deveria ler mais clássicos da literatura nacional. Espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!

Comentários

  1. Oi, Luciano!
    Conheço o livro por ter ouvido falar no período da escola, e acho que foi exatamente por isso que nunca tive vontade de lê-lo :P
    Como você mesmo falou, a gente cria um certo bloqueio com os clássicos, né? Apesar de ter suas exceções. Li Dom Casmurro para um trabalho da escola e acabei amando!
    A escrita sofisticada é uma coisa que me incomoda um pouco, mas vou tentar mudar isso.
    Ótima resenha!

    Estante Bibliográfica

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    1. Oi, Laura! Que bom que gostou da resenha. Um dos principais motivos para algumas pessoas não gostarem de ler livros clássicos, é exatamente o da escrita sofisticada, infelizmente.

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  2. Oi Luciano, acho que faço parte dos que não curtem os livros clássicos. Enfim, apesar disso gostei muito de sua resenha, está completa e perfeita, mas não leria este livro.

    Beijos Mila

    Daily of Books Mila

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    1. Oi, Camila! Que pena que você não goste de livros clássicos. Eu adoro! Que bom que você gostou da resenha. Beijos!

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  3. Oi, Luciano!
    O meu contato com alguns clássicos foram na escola mesmo, mas a maioria deles me trouxe muito prazer durante a leitura. Não sou muito fã, mas mesmo assim gostei de quase todos que li. O Cortiço foi, sem dúvidas, o meu preferido. Gosto dos personagens, de todas as situações que acontecem e em como trata de temas tão atuais.
    Beijinhos,

    Galáxia dos Desejos

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    1. Oi, Mari! O meu preferido também é o Cortiço, mesmo gostando dos demais. Eu adoro ler os clássicos nacionais e estrangeiros também. Beijos!

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  4. Olá, Luciano.
    Acho que a primeira coisa que deveriam fazer era tirar os clássicos da grade escolar como obrigatórios. Eu sou uma dessas que não gosta porque fui obrigada a ler na época da escola. Acho que tudo feito por obrigação se torna chato, até mesmo ler. Eu li ele no colegial e lembro que não gostei.

    Prefácio

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    1. Oi, Sil! Que pena que você não gostou de "O Cortiço". De qualquer modo, algumas pessoas ficam até certo ponto traumatizadas por terem lido " forçadas" os clássicos durante o colegial. Eu leio de boa, gosto bastante dos clássicos, mas consigo entender as pessoas que não gostam dos clássicos, devido a esse desgosto sofrido durante o colegial.

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  5. Quando eu era bem nova eu li esse livro. Mas lembrava de bem pouco. Quero ler de novo.

    www.vivendosentimentos.com.br

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    1. Oi, Monique! Leia novamente, eu particularmente amo esse livro. Dentre os clássicos nacionais, pra mim esse é o meu preferido.

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  6. Oi
    eu sou dessas que não gosto desses livros por conta da escola, mas planejo ler eles futuramente. Lembro que dos clássicos que li para a aula de literatura o cortiço foi o que eu goste, pois achei a obra diferenciada.

    http://momentocrivelli.blogspot.com

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    1. Oi, Denise! Quando puder leia os clássicos. O meu clássico preferido é "O Cortiço".

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  7. Obrigado Luciano. Seguindo de volta. Boa Páscoa.

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  8. Adoro literatura clássica nacional. O livro deve ser incrível. Ainda não li, mas esse momento não está muito longe.

    Abraços,

    Victor Wallace
    https://tertulialivros.blogspot.com/
    instagram: @tertulia_livros

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    1. O livro é maravilhoso. Se puder leia-o, tenho certeza de que você se agradará. Abraço!

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  9. Olá Luciano,

    Li esse livro na minha adolescência e é um dos meus preferidos, muito atual e concordo com você, todo mundo deveria ler...abraço.


    http://devoradordeletras.blogspot.com/

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    1. Oi, Marco! Este clássico é maravilhoso não é mesmo! Este livro é o meu preferido de clássicos nacionais. Abraço!

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  10. Acho que dos clássicos, só li mesmo Dom Casmurro e Escrava Isaura. Esse eu tenho vontade de ler, e o Memórias de um sargento de milícias também. O que acho mais legal nesses livros é que podemos ver como era nosso país pela visão deles na época, já os livros eram contemporâneos deles. Mas confesso que a escrita da época, por vezes arrastada e cheia de floreios, me irrita um pouco... rs
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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    1. Oi, Hanna! Os livros clássicos maravilhoso, todos, sem exceção. Escrava Isaura e Memórias de Um Sargento de Milícia são excelentes. Você vai gostar de os ler. Beijo!

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