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Resenha: Os Malaquias

LIVRO: OS MALAQUIAS  ANO DE LANÇAMENTO: 2022 AUTORA: ANDRÉA DEL FUEGO EDITORA: COMPANHIA DAS LETRAS NÚMERO DE PÁGINAS: 200 CLASSIFICAÇÃO: ☆☆☆☆☆ Sinopse: Após perderem os pais, os irmãos Nico, Júlia e Antônio veem-se diante de nova realidade. O mais velho, ainda criança, passa a trabalhar na fazenda de um poderoso da região; a menina, por sua beleza, é adotada e levada para outra cidade; o caçula, um garoto que não cresce, é acolhido pelas freiras do orfanato. Separados ainda na infância, os três vão seguir diferentes caminhos, a um só tempo fantásticos e reais. A escassez de água, de amor e de unidade, que acompanha a família desde o raio que a originou, torna-se abundância à medida que as páginas do livro revelam novas e extraordinárias personagens ― freiras francesas, traficantes de bebês, espíritos ancestrais e pessoas que desaparecem no vapor de um bule a ferver ―, entremeadas por um vale mágico, despertado pela chegada de uma hidrelétrica à cidade de Serra Morena, onde pouco a pou

Vazio!

Vazio, ao tentar a imaginar a inimaginável dimensão do mundo e
as aplicações da vida quanto ao próprio ato de existir, pequenas coisas
tornam-se tão banais que me sinto desestimulado a fazê-las. Ainda que
possam aparentemente possuir alguma importância, ao analisar suas
proporções físicas e não físicas em um plano menos superficial, conclui-se
que as pequenas e rotineiras tarefas que preenchem nosso cotidiano são,
na verdade, uma lastimável perda de tempo. Muitas ainda podem ser
utilizadas como ferramenta para alcançar um objetivo maior e mais
distante, mas muitas simplesmente não.
Conhecer alguém, conhecer alguém de verdade, tornar familiares
as nuances de cada emoção misteriosa e encher o próprio coração com o
êxtase da existência alheia; em outras palavras, puramente, amar, aceitar,
aceitar alguém de verdade, sem cobranças, porque, há em cada defeito
humano uma singular perfeição divina e em cada lágrima e suspiro e
dessossego e derrota, a mais crua das poesias do mundo.
Amar, ouvir cada palavra mal dita como se o timbre da voz alheia
possuísse, no mínimo, a mais crua das poesias do mundo. E desejar
entregar tão facilmente a própria alma tão somente a troco de... amor.
Amar, porque há no amor todo o equilíbrio e o caos do universo e é do
caos que surge a mais pulsante beleza da vida.
Eu perguntei a mim mesmo; pode um coração que jamais
provou do amor, amar? Será um homem não amado capaz de conhecer,
em vez de reconhecer, o amor em alguma outra coisa qualquer?
Pouco pensei, logo entendi que sim. O ser humano, como todas
as criaturas vivas, é feito de amor, por amor e sobretudo, para amar. A
necessidade desse sentimento existe e coexiste com a sua própria
realidade humana, e, assim, todo homem e mulher, antes mesmo de
nascer, ama e desama com a mesma naturalidade com a qual a vida lhe
possui, e seu coração se enche e se extasia, involuntariamente, com a
gratidão gloriosa do amar, em um processo simples e contínuo como um
rio desaguando.

Comentários

  1. Oi Luciano, belo texto!
    Parabéns, imagino que seja de sua autoria né..

    Beijo Mila

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    Respostas
    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Oi, Camila! Esse trecho está presente em meu livro "Reflexões de Vida". Sim, é de minha autoria. Beijos!

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  2. Oiii Luciano

    Lindas palavras, servem pra refletir bastante sobre amagnitude de vida e o quanto a gente è sò um pontinho nesse universo enorme. O segundo parágrafo foi o que mais gostei, descrevendo bem as nuances do ser humano

    Beijos, Alice

    www.derepentenoultimolivro.com

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    Respostas
    1. Oi, Alice é sim somo s um pontinho insignificante na magnitude do Universo. Grato pela visita e comentário. Beijos!

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  3. Concordo que é no caos que criamos coisas belas e amorosas.
    Belo texto.
    Bom fim de semana!

    O blog JOVEM JORNALISTA retornou do HIATUS DE INVERNO com dois posts interessantes.

    Até mais, Emerson Garcia

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