LIVRO: A VIDA NÃO TEM CURA
ANO DE LANÇAMENTO: 2016
AUTOR: MARCELO MIRISOLA
EDITORA: 34
NÚMERO DE PÁGINAS: 88
CLASSIFICAÇÃO: ☆☆☆☆☆
Sinopse: Após uma adolescência idílica, regada a canções de Renato Russo e All Stars vermelhos, Luís Guilherme, o protagonista desse novo romance de Marcelo Mirisola, tem que encarar a monstruosa vida adulta. E não dá outra: o inocente professorzinho particular de matemática é feito de gato e sapato por sua musa, a mulher-belzebu Natasha, cai de boca na Boca do Lixo paulistana e termina procurando a cura gay na Igreja Country da Eterna Graça de Deus. Conclusão: de protagonista, Gui não tem nada - e a vida, caros leitores, não tem cura.
Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão? Hoje é dia de resenha por aqui, aliás a primeira de 2025 diga-se. Vamos conhecer a obra!
Luis considera que teve a melhor adolescência do mundo. Durante essa fase, ele conheceu a mulher da sua vida, ouviu muito Renato Russo cantando com a Legião Urbana e em seus covers, e até comprou all-stars vermelhos com sua namorada como símbolo da união eterna entre os dois. Porém, após o casamento, sua vida começou a se transformar para pior. Sua esposa passou a agir como quisesse, tentando destruir não só a vida de Luis, mas também a de todos ao seu redor, fazendo com que ele se afundasse cada vez mais em problemas.
Esta não é a primeira vez que minha principal crítica a um livro é: eu queria que tivesse mais conteúdo. Não porque o autor tenha apressado o final ou deixado de esclarecer pontos, mas porque a história era tão envolvente que eu poderia ter lido mais trezentas páginas sobre as experiências sexuais de Luis e ainda acharia o livro incrível. Mirisola, o autor, apresenta nesse livro uma crítica à geração atual de maneira direta, mostrando as duas faces que coexistem em um mesmo homem: a busca pelo prazer sem responsabilidade e o fanatismo religioso descontrolado.
Luis e Natasha traem-se mutuamente sem que isso cause problemas inicialmente, até que Natasha comece a usar essas traições contra Luis. Eles experimentam ménage à trois sempre que podem, gerando cenas hilárias, mas brigam diversas vezes ao longo da história — na maior parte das discussões, Natasha grita e xinga todo mundo enquanto Luis apenas escuta. A falta de entendimento como casal leva à deterioração de Luis, que acaba buscando consolo na religião, tentando canalizar todo o mal que vê em sua esposa.
A narrativa em primeira pessoa revela como o protagonista é passivo diante dos acontecimentos. Nas raras ocasiões em que ele toma alguma atitude, geralmente prejudica a si mesmo mais do que a Natasha, evidenciando a falta de firmeza no personagem e o transformando em um indivíduo cada vez mais perdedor à medida que a leitura avança. Mirisola acerta ao usar referências musicais e metáforas com as letras da Legião Urbana e bandas covers, ressaltando o ridículo e a falta de propósito nas relações humanas.
Deixo aqui minha sugestão: leiam mais livros de autores e autoras nacionais e lembrem-se de que A VIDA NÃO TEM CURA. Espero que tenham gostado da resenha. Até a próxima postagem!
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