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Até Logo Mais!

Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão?  ATÉ LOGO MAIS! Hoje, venho com o coração envolto em silêncio, não para dizer adeus, mas para anunciar uma pausa. No dia 09 deste mês, sigo viagem. Um percurso  necessário, conduzido pelo trabalho, mas igualmente orientado por algo maior — esses chamados que não podemos ignorar quando a vida nos sussurra com firmeza. Estarei ausente deste blog por algum tempo. Estimo que dois, talvez três meses. Mas não encarem esse intervalo como ausência — vejam-no como um recolhimento. Um tempo de escuta, de aprendizado, de entrega. Assim como a terra precisa do inverno para florescer na primavera, também as palavras precisam repousar, para depois renascer com mais Luz, ou trevas, vai saber. Convido vocês a revisitarem os textos que já foram deixados aqui — cada um deles é um pequeno altar, um respiro, uma possibilidade de reencontro com algo maior. Às vezes, o que foi escrito há tempos carrega agora uma resposta que antes não sabíamos ...

Poema: Não, Não É!

Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão?  Hoje é dia de poema por aqui. Vem conferir!


Poema: Não, Não É!



Fechei os olhos e reconstruí teu eu feito pedaços.

Ali, bem diante das minhas pálpebras fechadas te relembrei inteira.

Tu se fez presença em mim, no meu mundo paralelo de fantasias contraditórias. 

Nesse inventário imaginado que por falta de coragem não materializo no mundo real, onde suprimo todos os milhões de expectativas que construo e desfaço para poder fazer morada num mundo irreal que me acalenta e conforta.

Tu me é distância e presença ao mesmo tempo. 

Eu te imagino e recrio em vozes poéticas como se por consequência de um grito emudecido pudesse te fazer estar comigo em qualquer noite de insônia.

Eu te transformo em poesia para não precisar expor que talvez eu te queira aqui para compartilhar bobagens que são perda de tempo dentro de uma rotina um tanto frenética demais, enquanto tu me acaricia o cabelo e eu descanso no teu peito sem pressa pra partir. 

Talvez eu te queira aqui para ouvir tua voz sem estrutura bem próxima ao meu ouvido, tua risada gostosa a ocupar os ecos do cômodo, tuas mãos a deslizarem lentas pelas minhas costas, teu eu descompassado em compasso com o meu.

Talvez eu te queira aqui apenas tempo o suficiente para poder traçar tuas entrelinhas enquanto tu me conta uma bobagem aleatória que só faz sentido na tua cabeça e eu sorrio fingindo entender, mas me mantenho hipnotizado nas tuas linhas de expressão fazendo questão de gravar na memória cada detalhe para não ter chances de esquecer.

Talvez eu te queira aqui pra te descobrir entre erros e acertos, em pequenos defeitos que te tornam ainda mais atraente e surpreendem qualquer uma das minhas expectativas.

Talvez eu te queira aqui, mas tenha medo de me apaixonar e viva nessa inconstância de ir e vir sem pertencer. 

Talvez, por sorte, em uma dessas idas e vindas, a gente, por fim, permaneça.

Perdão é que não sei dizer algo sem ser clichê, sem parecer ultrapassado, nessas frases desconexas e confusas que retratam um anseio que se cala por não saber falar, nem o que falar.

A verdade é que eu te queria aqui, mas as palavras fogem ao tentar te dizer, enquanto insisto em viver num mundo inventado porque nele acredito que tenho controle daquilo que crio e recrio.

Nele é mais fácil lidar com o desconhecido sem parecer estranho, nele eu te invento e te elimino dos meus pensamentos quando bem quero sem precisar descongelar um coração receoso.

Sem precisar me envolver e te envolver nessa minha mente caótica, numa vida turbulenta tão sem sal e expor meus milhões de imperfeições ou te deixar perceber que simplesmente, talvez, eu não valha a pena, afinal.

É mal de escritor... algo como ossos do ofício, eu acho. Essa coisa de inventar mundos onde o coração possa habitar sem medo. 

Essa coisa de viver uma vida dupla entre a realidade e a ficção para não precisar ter que lidar com o redemoinho de fios elétricos entrando em curto numa mente conturbada que prefere arriscar amar só no papel.

Queria conseguir te dizer o que passa de verdade, sem toda essa enrolação.

Logo eu, que sei tão bem como brincar com as palavras não consigo expressar em frase nenhuma que não é sobre o teu sorriso que me faz sorrir sem perceber que hoje eu te escrevo.

Nem sobre esse teu jeito bonito de arrumar o cabelo que me tira de órbita ou a forma como tu me parece ser transparente demais na minha presença.

Não é sobre tua mão na minha ou teu perfume barato, nem sobre teu beijo molhado que minha boca tem saudade. Não é sobre essa paixão bobinha, quase adolescente, que surgiu sem pretensão e virou poesia. 

Não, não é!

É sobre achar um jeito de te dizer em entrelinhas bagunçadas, disfarçadas de poema, que o que eu realmente quero é te ter sem precisar, em devaneios, ter que te inventar.




É isso leitores! Até a próxima postagem!


Comentários

  1. Muito interessante! Gostei de ler!

    Aproveito também para te convidar a participar no meu questionário de consulta, só vai demorar uns segundos e vai ajudar-me muito a compreender quem me lê. Para responder basta clicar neste link

    Bjxxx
    Teresa Isabel Silva
    Instagram | Pinterest | Linkedint</a

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Teresa! Já respondi ao questionário de consulta. Beijo!

      Excluir
  2. Arrasou. Belas palavras.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

    ResponderExcluir

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