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Poema: Apaixonado!

Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão?  Hoje é dia de poema por aqui! Vem conferir! POEMA: APAIXONADO! Eu mentiria se dissesse que não sou apaixonado por você. Mentiria se negasse que meu olhar brilha ao se deparar com o seu.  Que meu sorriso não brota no cantinho, meio tímido e receoso. Mas que quando você sorri de volta com esse seu riso contido e o mesmo brilho no olhar, uma onda gigante de sensações gostosas me faz não querer mais parar de sorrir. Eu mentiria se dissesse que sua presença não mexe comigo. Mentiria se jurasse que não te procuro por onde vou, que por acaso não penso em me deparar contigo em algum canto. Pois, te procuro até mesmo do meu lado da cama sabendo que não está. Eu mentiria se dissesse que seu abraço não é conforto. Porque não há lugar mais confortável para estar que nos seus braços. Mentiria se negasse que o mundo facilmente poderia terminar se as suas mãos não estivessem a me guardar em você. Eu mentiria se dissesse que seu beijo nã...

Resenha: O Primo Basílio

 LIVRO: O PRIMO BASÍLIO 

ANO DE LANÇAMENTO EDIÇÃO  PRINCIPIS: 2020

AUTOR: EÇA DE QUEIRÓS 

EDITORA: PRINCIPIS

NÚMERO DE PÁGINAS: 384

CLASSIFICAÇÃO: ☆☆☆☆☆




Sinopse: Eça de Queirós, neste livro, faz uma crítica severa à sociedade lisboeta do século XIX. O autor mostra a lenta deformação do caráter de Luísa, mulher de formação romântica entediada com o casamento, sob o efeito de leituras e músicas sentimentais. Durante uma viagem do marido Jorge, Luísa envolve-se com seu sedutor primo Basílio. Porém, Juliana, a invejosa e vingativa criada, descobre o caso e arma um esquema de chantagem. Muitas emoções e reviravoltas num clássico do realismo português.




Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão? Vamos de resenha pessoal?  Vamos conhecer esse clássico  então!




Particularmente gosto bastante ler obras clássicas, e este aqui é maravilhoso. Uma das maiores qualidades da narrativa de Eça de Queirós, na minha opinião é a fina ironia com que ele retrata a sociedade portuguesa da época e seus diversos tipos sociais. A seriedade dos temas de seus romances divide espaço com o humor e o sarcasmo com que são construídos os seus personagens e retratadas algumas das situações corriqueiras ao longo dos capítulos. Ele sabe ser mordaz e colocar o dedo na ferida de uma forma leve e que arranca um sorriso de canto de boca nos leitores. É delicioso de acompanhar o evoluir de suas tramas.

O PRIMO BASÍLIO, foco dessa resenha, traz, para citar o subtítulo da obra, um episódio doméstico pra lá de natural: o adultério. Mas, atentem-se que nos períodos do século XIX, homens podiam cometê-lo sem problema algum (ainda hoje há uma certa tolerância e “passadas de pano” quando a traição provém dos homens, não é mesmo?). O problema é quando mulheres se rendiam aos encantos de um sedutor. Elas passariam a ser faladas pela vizinhança e pela sociedade e, descoberto o caso, o marido tinha amplos direitos a fazer o que bem entendesse com ela.

E assim somos convidados a entrar na residência de Luísa e Jorge, um jovem casal do que podemos considerar como a classe média emergente da época. A história é simples e já está bem detalhada na sinopse: Jorge precisa viajar por um longo período a trabalho e Luísa acaba se rendendo ao primo, Basílio, um antigo amor da adolescência. O caso sai de controle porque ambos são descuidados demais e a empregada de Luísa, Juliana, não só descobre a traição como consegue cartas para usar como chantagem. Vai se desenrolar um fascinante drama familiar temperado por divertidas descrições do Portugal dos anos 1870.

Os personagens são, pra mim, o ponto alto dessa obra. A começar pela sra. Juliana, uma criação inesquecível e marcante. A criada, vivendo a vida toda a servir, acumula sonhos simples de coisinhas melhores para si ao mesmo tempo em que detesta a família de Jorge e Luísa. Há uma tensão social palpável na história, que evidencia as claras diferenças entre a classe dominante e a servil.

Juliana é um retrato fiel dessa classe que era legada a morar nos piores cômodos da casa, não comia a mesma comida dos patrões e era sempre repreendida por algo. As reflexões e resmungos de Juliana são passagens ricas enquanto retrato daquele período. Quando entende que a traição de Luísa pode servir como trampolim para melhorar sua vida, ela se entrega com devoção e manipula a patroa, extorquindo todo o possível e vivendo alguns momentos de folga e descanso. Seu destino, trágico, e tudo o que o cerca é outro dos bons exemplos da separação clara entre ricos e pobres.

E há os tipos que rodeiam o casal, sendo o Conselheiro Acácio e suas tiradas que não levam a lugar nenhum, recheadas de um intelectualismo vazio, o exemplo maior da ironia e crítica mordaz de Eça. A propósito, logo na abertura do livro, já somos introduzidos à galeria de personagens que vão desfilar pela história e apresentados ao estilo provinciano de um Portugal que vai ficando pra trás na Europa. Companheiro de Basílio, o personagem Reinaldo, dá voz às críticas da Lisboa que, em sua visão, é atrasada, rural e carregada de defeitos.

O drama, cerne da obra, é a paixão, ou aventura libidinosa, à qual Luísa se entrega mediante os cortejos e avanços do primo. Basílio é apresentado desde o início com os ares de um galanteador. Seu objetivo é apenas ter a prima para si em momentos de diversão, pouco se importando com o que “os outros vão falar”, com a reputação dela. E Luísa aparentemente encara essa aventura com um misto de paixão, a ponto de ela pensar em fugir com o primo quando a chantagem de Juliana vem à tona, mas também como uma oportunidade de experimentar coisas novas, experiências que leu em romances e que a fazem fantasiar a possibilidade de manter o caso para sempre, sem riscos.

A chantagem de Juliana vai trazer o desequilíbrio e fazer ruir as aparências do lar de Jorge e Luísa. A harmonia do casal vai ser abalada e Eça vai lançar mão de uma série de eventos para chegar ao ápice da sua história: uma sequência de desfechos trágicos pontuada por um parágrafo final tão irônico quanto o fez em O CRIME DO PADRE AMARO.

Há duas leituras para essa obra. De um lado, a percepção que devemos ter de como a sociedade do século XIX encarou uma história como essa. De outro, o olhar do leitor do século XXI para um romance divertido, fotografia de uma cena familiar, em que a aventura amorosa de Luísa é natural, não choca, nem causa escândalo. Em um cenário, Luísa é a vilã que macula seu casamento cedendo ao primo. Em outro, Juliana é a vítima subjugada e explorada pela classe dominante até seus últimos suspiros. Se você curte um livro clássico, este aqui é recomendado. Espero que tenham curtido a resenha. Até a próxima pessoal!




Comentários

  1. Um verdadeiro clássico de nossa literatura.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!

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    Até mais, Emerson Garcia

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  2. Olá, adorei sua análise sobre a obra, com certeza se um dia ler, vou ter em mente a me atentar a todas essas sutilezas da escrita do autor e da dualidade dos personagens.

    Bjs

    Imersão Literária

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    Respostas
    1. Olá, Leyanne! Sim se atente, pois é um clássico maravilhoso. Beijo!

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  3. Sim Fabiano existe uma adaptação televisiva. Quando puder leia-o, pois é um dos clássicos literários que mais gosto, certamente você irá curtir também. Abraço!

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  4. Mais um livro que me foi apresentado na época do vestibular e eu provavelmente só li o resumo. Mas isso não é algo tão ruim, visto que agora não lembro nada da história e poderei ter a experiência com muito mais maturidade. Preciso visitar a biblioteca aqui perto de casa.

    Até breve;
    Helaina (Escritora || Blogueira)
    https://hipercriativa.blogspot.com
    https://universo-invisivel.blogspot.com

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    Respostas
    1. Oi, Helaina! Sim quando puder visitar a biblioteca perto de sua residência leia-o e verá que a obra é maravilhosa. Até breve. Abraço!

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