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Até Logo Mais!

Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão?  ATÉ LOGO MAIS! Hoje, venho com o coração envolto em silêncio, não para dizer adeus, mas para anunciar uma pausa. No dia 09 deste mês, sigo viagem. Um percurso  necessário, conduzido pelo trabalho, mas igualmente orientado por algo maior — esses chamados que não podemos ignorar quando a vida nos sussurra com firmeza. Estarei ausente deste blog por algum tempo. Estimo que dois, talvez três meses. Mas não encarem esse intervalo como ausência — vejam-no como um recolhimento. Um tempo de escuta, de aprendizado, de entrega. Assim como a terra precisa do inverno para florescer na primavera, também as palavras precisam repousar, para depois renascer com mais Luz, ou trevas, vai saber. Convido vocês a revisitarem os textos que já foram deixados aqui — cada um deles é um pequeno altar, um respiro, uma possibilidade de reencontro com algo maior. Às vezes, o que foi escrito há tempos carrega agora uma resposta que antes não sabíamos ...

Resenha: A Flecha Negra

LIVRO: A FLECHA NEGRA

ANO DE LANÇAMENTO: 1986

AUTOR: ROBERT LOUIS STEVENSON

EDITORA: PORTUGÁLIA

NÚMERO DE PÁGINAS: 184

CLASSIFICAÇÃO: ☆☆☆☆☆



Sinopse: O temerário mas inexperiente Richard Shelton, que em nome da justiça e da lealdade se lança até no mais desigual dos combates, é o herói desta aventura. A ação de “A Flecha Negra”, a obra de Robert Louis Stevenson que começou por ser publicada em folhetim em 1883, decorre nos primeiros anos da Guerra das Duas Rosas, um conflito pelo domínio territorial e pela sucessão ao trono que colocou em confronto as casas inglesas de York e Lancaster. Uma guerra, em pleno século XV, feita de frágeis e pouco duradouras alianças entre as mais influentes famílias do país. 



Olá, caros leitores e caríssimas leitoras! Como estão?  Hoje é dia de resenha por aqui! Vem conferir!



Publicado originalmente em 1888, A Flecha Negra, de Robert Louis Stevenson, é uma obra frequentemente ofuscada pelos clássicos mais populares do autor, como A Ilha do Tesouro ou O Médico e o Monstro. No entanto, essa narrativa ambientada durante a Guerra das Duas Rosas revela-se, ao olhar atento, uma joia literária que articula ação, questionamento ético e densidade histórica com surpreendente maturidade.

Acompanhamos a jornada de Richard Shelton, um jovem nobre cuja existência, antes pautada por fidelidades herdadas e verdades não questionadas, passa por um processo de ruína e reconstrução. É nesse percurso que Stevenson propõe mais do que uma aventura medieval: ele oferece um ensaio sobre as contradições morais que emergem quando o homem é lançado à complexidade do mundo.

A presença da misteriosa Flecha Negra — grupo de justiceiros que se insurge contra a corrupção e os abusos do poder — dá à narrativa um contorno quase simbólico: não se trata apenas de uma luta armada, mas de uma guerra contra as certezas fáceis. A violência aqui é instrumento de crítica; a ação, veículo de reflexão.

Stevenson, com sua prosa cuidadosa, constrói cenários densos de atmosfera: castelos em ruínas, florestas cerradas pela névoa e emboscadas noturnas que dialogam mais com o estado psicológico dos personagens do que com a lógica de um enredo linear. Há ritmo, sim, mas também há pausa — e nas pausas, mora a angústia da escolha.

O desenvolvimento dos personagens é outro mérito da obra. Richard, em especial, amadurece não como herói tradicional, mas como sujeito em conflito. Já Joanna Sedley, a figura feminina central, revela-se surpreendente: dotada de inteligência e coragem, ela escapa dos papéis convencionais a que as mulheres eram reduzidas tanto no contexto histórico quanto na literatura da época.

Embora escrito no século XIX e direcionado inicialmente ao público jovem, A Flecha Negra possui camadas que falam ao leitor adulto e contemporâneo — especialmente àquele interessado nas junções entre literatura e História, moralidade e poder. A linguagem, ainda que arcaica em alguns trechos, não pesa: antes, contribui para a ambientação e o tom grave da narrativa.

Em resumo, trata-se de uma obra subestimada que merece ser resgatada. Mais do que um romance de época ou um conto de bravura, A Flecha Negra é um chamado à reflexão sobre os tempos de crise — os da Inglaterra medieval, e os nossos. Stevenson não apenas entretém: ele nos convida a pensar. É isso! Até a próxima!



Comentários

  1. Conheço O Médico e o Monstro(não li o livro mas vi o filme de 1941) e A Ilha do Tesouro (este meu filho leu ano passado indicado pela escola) mas esse de fato, não tinha ouvido falar.

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    1. A Flecha Negra é um livro bastante desconhecido de Stevenson, muitos o subestimam até. Se tiver oportunidade não deixe de lê-lo. Abraço!

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  2. Oi Luciano, tudo bem? Não fazia ideia de quem era o autor até você citar as duas obras mais famosas dele. Apesar de não ter lido nenhuma das duas, as conheço. Pela sua resenha parece se uma história interessante e me chamou a atenção a mulher ser retratada fora do papel convencional da mulher na época. Vou manter a dica em mente.

    Até breve;
    Helaina (Escritora || Blogueira)
    https://hipercriativa.blogspot.com (Livros, filmes e séries)
    https://universo-invisivel.blogspot.com (Contos, crônicas e afins)

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    1. Oi, Helaina! Estou bem e espero que você também se encontre em ótimo estado. Caso tenha a oportunidade, recomendo a leitura — é possível que aprecie tanto quanto eu apreciei. Abraço!

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  3. Oi!
    Acho bem legal quando leituras funcionam bem para mais de um público específico, são leituras boas para recomendar para qualquer pessoa.

    https://deiumjeito.blogspot.com/

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    1. Oi, Giovana! Sim certamente. Este aqui, agradou-me bastante. Abraço!

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